segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Feminismo nas RI

A teoria feminista mostra como o patriarcado influencia o mundo e o sistema internacional. Na teoria feminista de RI o enfoque se dá no individuo e nas relações sociais que se opõe ao debate que sempre recai aos Estados e suas vontades.

As feministas creem que não há neutralidade nos estudos de RI e que a questão de gênero é a primeira opressão sofrida. O mundo possui uma hierarquia de gênero que quase sempre favorece o homem fazendo com a que mulher seja a parte lesada do contexto.

É possível observar que a máquina estatal é majoritariamente masculina e quando uma mulher ascende ao poder no Estado é vista de maneira equivocada, e muitas vezes para ganhar certo “respeito” é preciso que se comporte de maneira masculinizada.

Não há uma igualdade de gênero, o que leva ao Estado não saber como proteger de fato as mulheres em um nível social e militar.

A mulher ainda ganha menos que o homem muitas vezes ocupando a mesma função de trabalho. Essa luta por igualdade ainda está muito longe de ser ganha.

Vitória Nicolau e Camila Assunção













FEMEN



Protesto em Madri contra a violência doméstica, em novembro de 2015

O FEMEN é um movimento feminista internacional que luta pelo fim do patriarcado, tido como uma forma de escravidão feminina.

O grupo nasceu em 2008, na cidade de Kiev, Ucrânia, e atua legalmente em países democráticos e ilegalmente em países com regimes ditatoriais. O slogan do movimento é “Meu corpo é minha arma!”.

Sua atuação causa controvérsia pelo fato de que as ativistas costumam protestar fazendo topless, até mesmo em países islâmicos. Esse tipo de atuação faz parte do chamado Sextremism, descrito como a rebelião da sexualidade feminina contra o patriarcado. Suas ativistas costumam ser presas por um curto período, sob a acusação de atentado ao pudor.

Em 2013 a sede rompeu relações com a filial brasileira do FEMEN por acusações de mal uso de verbas. De acordo com Sara Winter, a líder do movimento em nosso país, o problema foi que a filial nacional se recusou a seguir algumas ordens vindas da matriz, como, por exemplo, pichar o símbolo do grupo no Cristo Redentor.

Mais informações: http://femen.org/

Ana Conte

domingo, 27 de novembro de 2016

Resumo da Teoria Feminista

   A teoria feminista nas Relações Internacionais só começa a ter espaço a partir de 1990, e o objetivo das teóricas feministas é mostrar como o patriarcado está presente na formulação e execução das Relações Internacionais.
   A disciplina das Relações Internacionais se diz neutra, e que as suas temáticas, as questões de alta política, não se relacionam com o gênero. Como por exemplo, considera-se que o poder, a segurança, tratam de todos, não excluindo a mulher.
   A teoria feminista, em crítica a isto diz que a disciplina é sim marcada pelo gênero, e mostra que o gênero este já afixado no modo de fazer a política internacional, por serem feitas por homens, e por invocar a masculinidade nestas situações, como em treinamentos militares e discursos políticos. Segundo as autoras feministas, muitos dos dogmas seguidos na prática das RIs são moldados conforme o gênero masculino.
   Portanto, em resposta aos teóricos que dizem que as Relações Internacionais são neutras, as feministas consideram que em relação ao gênero, as RIs são mais cegas do que neutras. É importante abordar, para a compreensão do tema a própria questão do termo “gênero”. As feministas falam de gênero e não de sexo porque ao tratar de sexo, abordariam apenas questões biológicas, o que por sua vez, não se relaciona às relações sociais, entretanto, o gênero é pura construção social, são as características que definem o masculino e o feminino, e que não podemos negar que foram sim criados pela sociedade, lembrando que a sociedade é subjugada ao patriarcado.
            A afirmação de que as RI são neutras quanto a isso, para a Teoria Feminista é só mais uma afirmação da alienação em que vivemos, ao não se ter a percepção do preconceito que o patriarcado naturalizou na sociedade. Em distinção a outros grupos oprimidos pela estrutura da sociedade moderna, o feminismo se destaca ao monto de se formar como uma teoria das RI, pois é considerado a primeira opressão que uma mulher vive, desde pequena em sua própria casa, e isso vale virtualmente por todo o globo, e este caráter mundial torna a teoria válida tratando de um fator internacional relevante.

            Portanto a Teoria Feminista visa esclarecer que as RI “tradicionais” não são neutras de forma alguma, e são naturalmente excludentes com as mulheres, que pouco participam nas tomadas de decisão, propondo-se assim a preenche ruma representatividade necessária no meio teórico. Porém ainda assim esta teoria é pouco aplicada, sendo considerada uma teoria periférica ou de pouca importância assim como outras teorias que também visam abalar o status quo do cenário atual das Relações Internacionais.

Giovanna Bertolaccini
Rodrigo D'Avila

terça-feira, 22 de novembro de 2016

A Teoria Feminista e a Constituição Brasileira

A Teoria Feminista e a Constituição Brasileira
                                                                                        Kelly Pasetto
A Teoria Feminista sempre teve dificuldade em avançar e conquistar ramo das Relações Internacionais, que sempre lidou com questões voltadas a poder/soberania, segurança internacional, conflitos/guerras, política, entre outros. No entanto, a partir dos anos 90 a questão do estupro de mulheres como arma para limpeza étnica fez com que essa disciplina começasse a abranger e enfrentar questões de gênero, apoiadas pelas feministas. 
É importante destacar que existem vários tipos de feministas (feministas críticas, socialistas, marxistas, pós-modernistas, liberais), mas todas possuem em comum a crítica em relação à omissão da questão do gênero pelas Relações Internacionais, pois essas últimas ainda possuem integrantes que relutam e questionam a importância do gênero. Elas criticam o sistema em que vivemos, pois acreditam que esse é caracterizado por uma hierarquia de gênero, a qual é prejudicial a mulher. As feministas também fazem uma relação entre sexo e gênero; o primeiro estaria ligado à biologia e o segundo seriam as características sociais e culturais atribuídas ao sexo, definindo assim a masculinidade e feminilidade.
O feminismo é um movimento que busca a igualdade entre homens e mulheres através do estudo de questões de gênero que também explica as relações de estado e estrutura política. Ele inclui questões de gênero em questões de poder nas Relações Internacionais. Essa teoria pode ser considerada uma Teoria Normativa, já que propõe mudanças no sistema e também Teoria Explicativa, já que explica as relações de estado e estrutura.
Portanto, a Teoria Feminista conseguiu expandir-se deixando de ser somente voltada a questões relacionadas a mulheres e ao mundo ocidental como antigamente. Podemos ver sua influência na legislação brasileira na Constituição de 1988. Foram realizadas algumas mudanças institucionais e instauradas novas leis voltadas à violência física e sexuais contra a mulher e violência de gênero. Um exemplo disso foi à formação das Delegacias de Defesa da Mulher. Além disso, pode-se destacar:
·         A Lei Maria da Penha, nº11. 340/2006: Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. [1]
·         A Lei 12.015 de 2009: que leva em questão crimes contra a dignidade e liberdade sexual [2]
·         A Lei Nº 10.224, de 15 de maio de 2001 sobre crimes de assédio sexual [3]
·         O Decreto Legislativo Nº 26, de 1994: Aprova o texto da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher [4]





[1] https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
[2] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm
[3] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10224.htm
[4] http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/1994/decretolegislativo-26-22-junho-1994-367297-publicacaooriginal-1-pl.html 

domingo, 20 de novembro de 2016

This is for all the independent ladies

Por Alinne, Letícia e Vitor.

A indústria de entretenimento coreana mostra como sua sociedade é machista, seguindo os conceitos da Teoria Feminista. 


Estamos aqui, mais uma vez, na Coreia do Sul. Dessa vez, vamos falar sobre as diversas formas de machismo que estão presentes tanto nas músicas como nas novelas lançadas pelos sul-coreanos e em contrapartida os meios que demostram a presença da mulher como independente e presente em uma luta por sua visibilidade como tal, como visto na luta das feministas.
É interessante destacar que a sociedade patriarcal coreana é machista por si só, trazendo em seus costumes antigos, atos que diminuem a mulher, e que são agravados ao momento que são aceitos, pois estão fortemente presentes em suas músicas e novelas, as quais fazem muito sucesso e possuem um grande público.
Para início de conversa, devo dizer que a Coreia do Sul é uma grande produtora de entretenimento. Suas novelas, que são conhecidas como doramas (do coreano, 한국드라마 ou Hanguk Deurama, traduzindo, drama coreano) dão, à primeira impressão, uma imagem de inocência para quem está acostumado a ver novelas da Globo que mostram todas as armações sem qualquer censura. Mas ao analisar profundamente, temos roteiros de formatos similares (ou até iguais), que nada mais são que divulgadores de doutrinas e irradiadoras de uma imagem ideal da mulher coreana: quieta, tímida, delicada e fraca, submissa e “politicamente correta” segundo as leis da sociedade patriarcal, que diz que o homem é o dono da casa (do português: bela, recatada e do lar).
Um exemplo fácil disso, vem de uma das novelas que fez sucesso, não só na Coreia do Sul, mas entre os telespectadores brasileiros: The Heirs. Em minha opinião: péssima. Como disse anteriormente, o enredo é como todo os outros: o casal se conhece, apaixona-se, sofre para ficar junto, o cara se faz de difícil, dor, drama, sofrimento, rivais tentam os separar, beijo que parece forçado após o 10º episódio, dor, sofrimento, armação, um pouco mais de sofrimento e um final feliz que se desenrola nos últimos minutos do último episódio, e de acréscimo uma atuação completamente introvertida de Park Shin Hye, que interpretou muito bem uma personagem principal que aceitou todas as imposições feitas por seu par romântico, sendo a típica moça idealizada pela sociedade coreana:


Já seu par romântico, interpretado por Lee MinHo, foi O cara de sempre: um ditador de regras, que deixou sua amada, sua mãe e a noiva arranjada disputarem espaço em sua vida (deixo uma ligação direta com o conflito típico de sogra e nora, descrito por Morgenthau). Se você acreditar fielmente no roteiro, ele ainda é um o mocinho, que tem seus defeitos por ser muito mimado pelos pais ricos, burgueses, a quem geralmente obedece por ser seu herdeiro.
 Mas chega de drama e de falar sobre a patética sociedade alta coreana, que ainda é mascarada por suas produções, que nada mais são que puras fantasias de seu atraso ideológico e de suas extremas censuras: ainda há alguma esperança e críticas sociais em sua ingenuidade, afinal de contas, this is for all the independent ladies.
Em 2015, por exemplo, o grupo feminino EXID (Exceed In Dreaming, da empresa AB Entertainment), conhecido por seus conceitos sensuais e pelo sucesso gerado por um vídeo sensual gravado por fã, resolveu lançar seu music vídeo criticando a censura que havia sofrido no ano anterior.


Com o lançamento de seu single, Ah Yeah, elas colocaram em pauta uma discussão comum entre os ouvintes: a censura e a sensualização da imagem feminina.Você finge ser inocente, tropeçando nas palavras. Seus hábitos ruins estão aparecendo”. O grupo ainda viria a lançar dois vídeos que mostram que a Coreia do Sul não só tem problemas com censura, mas com a prostituição que acontece de forma exacerbada e que movimenta altos números ($) no país, mesmo sendo proibida. Com HOT PINK e L.I.E., o grupo mostrou de um jeito bem sutil que é possível ser sensual e de modo indireto denunciar o que realmente acontece pelas noites coreanas. No meio das controvérsias do seu último single, a capa de seu álbum (que você pode ver aqui) parece confirmar que L.I.E. não é apenas mais uma música sexy sem sentido e com mudanças repentinas de ritmos: Street possui a imagem de uma rua nela a retratação da porta de um motel, de cassinos, a palavra gincerely escrito e, ainda, um olho que tudo vê, fundamentando a teoria que elas expões a imagem que a Coreia do Sul quer esconder. A imagem conservadora da sociedade coreana is a L.I.E. e se você não cantar para seu oppa o quanto você o ama, eles vão te censurar.


É incrível ver como os relacionamentos são retratados e como as mulheres parecem aceitar tudo de negativo que seus namorados dizem. Aceitar que um homem seja monstruoso é socialmente normal. Homens são monstros intocáveis, que consideram as mulheres demônios da sedução, que os fazem perder o controle de seu bom senso. Mas dizer que elas não precisam de homens e que as mulheres podem ter atitude se enquadra em uma possibilidade totalmente fora dos paradigmas sociais adotados. O correto e o que faz sucesso é dizer que mesmo que ele a trate mal, ele deve ficar e que mesmo que a faça sentir-se horrível, mesmo que a faça chorar (TT), ele deve ser seu amado. A sociedade coreana deve ter representantes de uma geração de mulheres, que digam que nenhum cara é melhor ou mais legal que elas, até em suas canções, para que não se sintam inferiores e para que sejam tão intocáveis quanto eles.
Além da autoafirmação do Girl Power, que iguale a mulher ao patamar elevado dos homens, é preciso que não ocorra essa aceitação aos vídeos que demonstram qualquer tipo de violência contra a mulher. Principalmente, vindo daqueles grupos que são muito populares entre jovens. Aceitar tais imagens é conformá-las, de alguma forma, com agressões. Não há justificativa alguma para aceitar que mulheres sejam colocadas em um andar inferior de forma que aceitem tapas na cara, nem que estes sejam seguidos de flores. Tal violência contra o tal “sexo frágil” é tão comum que é impossível imaginar que todos os homens que usufruam disso tenham qualquer tipo de alteração mental. Há racionalidade desde a violência doméstica, até a tática de guerra que é utilizada para punir mulheres de um país perdedor de uma disputa.


Ser independente não se trata apenas de poder dizer “Eu pago meu aluguel com meu dinheiro, eu compro minha própria comida, eu compro minhas próprias roupas”. Hoje em dia, trata de uma mulher poder andar na rua sem ser assediada até 3 vezes em um curto caminho de sua cada até seu local de trabalho, ou por usar uma roupa curta, ou por apenas estar passando. Quem aceita tal ato, assiste uma novela coreana e acha muito normal uma jovem que sofre com todas as violências verbais e físicas que eles retratam. Não é normal. Assim como a descarada sensualização da imagem feminina que é bem visível em artistas, impostas até para as que não são maiores de idade. Quem conhece, sabe: os grupos que mais passam dificuldade financeira, costumam apostar em roupas curtas e coreografias sensuais, pois tal “produto”, vende. E, sim, é usado de forma que traga polêmicas e mais visibilidade, pois a mulher que está sendo colocada à venda não é nada.
Infelizmente, a Coreia parece se encontrar em um sistema-mundo que financia seus costumes que apoiam o patriarcado e tais cenas vão continuar sendo vistas enquanto houver pessoas produzindo e comprando esse produto que vem ganhando visibilidade e subindo nos valores de exportação. A pergunta é: quem compra cala-se por gostar ou por parecer tão sutil que não consegue ver?
Os admiradores da Coreia e de sua cultura, provavelmente, ficarão muito mais felizes quando a imagem feminina parar de ser tratada como um produto frágil que pode ser vendido internacionalmente, assim como sua sensualidade. Está na hora de investir na imagem independente que parece ter morrido. 


Nota: As referências musicais foram todas linkadas respectivamente com as músicas que considerei interessante relacionar ao texto. A maioria delas gerou alguma discussão a respeito de visibilidade ou por possuir uma letra polêmica e machista. Há tradução para músicas coreanas, tanto em sites de letras, como vídeos legendados em português youtube, mas por questões de direitos autorais, apenas coloquei os oficiais. Existem letras, como da música Monster e TT que precisam de uma atenção para notar tais demonstração de violência contra a mulher, por conta de relacionamentos abusivos. Vale a pena analisar. 


Feminismo nas Relações Internacionais

Através do estudo das questões de gênero, o feminismo, é um movimento que busca igualdade entre homem e mulher, que teve início com Mary Wollstonecraft (1792), com a reivindicação dos direitos da mulher, e Olympe de Gouges (1791), com a declaração dos direitos da mulher e da cidadã.
O sistema social existente é o patriarcado, ou seja, crenças e estruturas criadas pela própria sociedade, que sustenta o privilegio da masculinidade, vindo antes mesmo da opressão de classes, onde a mulher sofre uma repressão dentro da sua casa pelo simples fato de ser do gênero feminino.
O feminismo diversas vezes sofreu em ganhar visibilidade como uma teoria de estudos nas Relações Internacionais, já que essa área se considerava neutra aos assuntos de gênero. No entanto, os danos causados às mulheres devido as estratégias de guerras, fez com que teóricas-feministas discordassem de tal neutralidade. Em períodos de guerra, o estupro sempre foi usado como uma estratégia de limpeza étnica, porém, não era um crime de característica étnica, mas sim uma violação ao corpo feminino. Desta forma, fez-se claro a importância do estudo para as teóricas, não era somente uma violação ao corpo, mas uma inferioridade feminina tão intrínseca que não era nem passível de vir a ser considerado um dano à mulher.
Com a onda da globalização, o feminismo ganhou uma internacionalização, tendo visibilidade em boa parte do mundo. Diversas vertentes vieram surgindo, como o feminismo construtivista, acreditando que o gênero é construído socialmente; assim como também o feminismo marxista e o feminismo crítico.
Apesar de conquistar espaço no mundo, ainda proporciona um pequeno impacto nas Relações Internacionais, já que esta teoria é vista como irrelevante, obtendo pouca visibilidade em questões governamentais. Ainda assim, o feminismo continua a questionar a soberania masculina em assuntos estatais. 

Fernanda Oliveira, Gabriel Santana e Gabriela Sales

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Resumo sobre a Teoria Feminista

   Para se estudar a teoria feminista é necessário entender o conceito de gênero, que são características sociais e culturais construídas e atribuídas ao sexo biológico, que definem nossas noções de masculino e feminino. Pesquisadoras feministas trouxeram esse conceito para mostrar que as características e comportamentos que são definidos como próprios de um gênero são, na verdade, construções sociais e culturais e, por isso, não podem ser tidos como aspectos biológicos. A partir disso, busca-se explicar como as diferenças entre homens e mulheres são utilizadas para justificar desigualdades.  
     
   O feminismo é o movimento que busca a igualdade entre homens e mulheres, por meio do estudo das questões de gênero, atribuindo a essas questões o elemento do poder exercido por homens sobre mulheres através do patriarcado, que é um sistema social que privilegia a masculinidade e, para as feministas, é a primeira opressão sofrida pelas mulheres, que geralmente ocorre em seu próprio lar. 
   
    Essa teoria feminista é crítica pois busca não apenas explicar o mundo desde uma perspectiva de gênero, mas também busca mudar a estrutura para atingir uma sociedade igualitária. A análise utilizada é em escala micro porque para podermos entender o que se passa em escala global é necessário antes entender as relações sociais internas, pois o modo que as relações se iniciam em cidades e outros grupos influenciam o internacional. Por isso, a crítica feita a esta teoria é de que não se trata de uma teoria das relações internacionais, pois se preocupam com relações sociais internas.  
  
 Observação: Pesquisadoras da Universidade de Londres chegaram a conclusão, de acordo com documentos encontrados, que a grande responsável pela inclusão da igualdade de direitos de homens e mulheres na Carta da ONU foi a diplomata brasileira Bertha Lutz (encarregada pelo governo Getúlio Vargas para defender esse ponto na Carta), junto com outras diplomatas latino-americanas, que enfrentaram forte oposição das delegações britânica e norte-americana.  
Link da matéria: https://nacoesunidas.org/exclusivo-diplomata-brasileira-foi-essencial-para-mencao-a-igualdade-de-genero-na-carta-da-onu/


Maria Clara Campbell
Raquel Sant'Anna de Almeida

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A relação com a natureza no Sistema Mundo


A Teoria do Sistema Mundo divide os países entre centrais (desenvolvidos) e periféricos (subdesenvolvidos) e analisa como as relações de produção e de trabalho são afetadas por essa organização.

Como o centro foca a maioria de sua produção na periferia por causa da mão de obra barata e leis flexíveis, todos os problemas ambientais relacionados a isso também são transferidos para esses locais.

Poluição do ar, contaminação do solo e da água com produtos químicos, desmatamento e todas suas consequências (problemas de saúde, morte da fauna, entre outras) assolam a periferia e, do mesmo modo que ocorre com a exploração dos trabalhadores, raramente há punição para as grandes empresas do centro porque a produção é terceirizada.

Danos ambientais ligados à produção também ocorrem nos países centrais, mas eles são mais preparados financeira e tecnologicamente para lidar com tais situações.

Assim, enquanto não houver responsabilização daqueles que exploram o meio ambiente de maneira irresponsável, o planeta continuará a sofrer com os impactos de um capitalismo desenfreado que só se preocupa com a acumulação infinita de capitais, não importando os meios utilizados para se atingir tal fim.

Ana Conte

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Teoria Sistema Mundo de Immanuel Wallaarstein

Adrielli Santos, Victória Parracho 


   A teoria Sistema Mundo de Immanuel Wallarstein vai mostrar analises de como a produção capitalista pode funcionar e como isso pode ser visto ao longo dos anos.
    No mundo todos os países vão ter sua ocupação com funções capitalistas diferentes, por exemplo, Semi-periferia possuem níveis de industrialização, mas dependem dos Estados do centro; Países do centro possuindo atividades econômicas melhores com potencial tecnológico agregando mais valor ao produto; Periferia, melhores em produzir bens de baixo custo agregado demanda na mão de obra e explorando pessoas.

   O sistema mundo passa a expandir as diferenças entre periferia e países do centro depois vem o poder político e econômico de uma hierarquia com base no sistema capitalista hoje. Segundo o teórico, essa estrutura é fixa porem não pode descartar a possibilidade de mudança na posição dos Estados, podendo ate existir mudança de países entre periferia, centro e semi-periferia.
    Ao decorrer da historia podemos perceber que existiram outros tipos de Sistema Mundo, o dos impérios mundiais e econômicos mundiais, e a partir desses outros modos pode supor que o capitalismo pode estar crescendo a cinco séculos já, criando novos problemas, novos crises e resoluções como foi a queda de outros impérios.


   Entretanto é notável que o Teorico Immanue Wallarstein foca principalmente na questão econômica da teoria.

domingo, 6 de novembro de 2016

O lado negro do chocolate

            A teoria do Sistema Mundo de Immanuel Wallerstein oferece uma análise do funcionamento do modo de produção capitalista e de como a organização espacial do sistema mundial conduz a história ao longo dos anos.

Wallerstein afirma que cada país ocupa uma função na ordem produtiva capitalista, existindo assim países do centro (possuem atividades econômicas mais complexas e com maior potencial tecnológico, que agregam mais valor ao produto); semiperiferia (possuem um certo nível de industrialização, mas ainda dependem do capital e da tecnologia dos Estados do centro); periferia (especializados na produção de bens de baixo valor agregado e requerentes de intensa mão de obra).  A expansão do sistema mundo aumenta as diferenças entre os países do centro e da periferia, além de contribuir para a criação de uma hierarquia de poder político e econômico.

Para ele, a busca dos países centrais por locais onde sua produção seja maximizada é o fator que conduz a história e a dinâmica deste sistema. As condições desiguais de comércio é uma maneira de perpetuar a divisão internacional do trabalho que reproduz a desigualdade.

Essa teoria pode ser aplicada no contexto atual para explicar essa “periferização” do mundo e diversos incidentes que ocorrem no sistema internacional hoje em dia. Um caso que pode ser analisado através da perspectiva desta teoria é o do trabalho escravo infantil nas plantações de cacau na África.

No documentário “ O lado negro do chocolate”, o jornalista dinamarquês, Miki Mistrati, conversou com trabalhadores e traficantes da região de Zégoua Mali e descobriu que os traficantes transportam de 10 a 15 crianças por vez em ônibus que vão para Korhogo, na Costa do Marfim (responsável por 42% da produção mundial de cacau), onde tem um local que as crianças são mantidas e vendidas para fazendeiros locais.

Uma criança de Burkina Faso pode ser comprada por 230 euros, o preço inclui transporte e uso ilimitado da criança, porém, a maioria das crianças nunca é paga. No documentário, o jornalista encontrou dois meninos do Mali, que trabalhavam como escravos numa plantação de cacau da Costa do Marfim. Os garotos contam que os traficantes enganam as crianças para conseguir levá-las para as plantações, e que se eles se recusassem a trabalhar ou trabalhassem devagar, os traficantes os agrediam.

A rota do cacau descrita no documentário demonstra claramente a dependência que os países periféricos têm da exportação de bens primários a preços determinados pelos países do centro e a cadeia de commodities que a envolve: o cacau colhido e secado ao sol é comprado por intermediários (1 euro por kilo) que vão vender aos exportadores nacionais; os grãos são lavados, ensacados e vendidos (2,5 euros por kilo); finalmente, na bolsas de valores, o cacau é vendido às empresas de chocolate, que vão transformar os grãos em pó ou manteiga de cacau, do qual será feito o chocolate pelos fabricantes (1 kilo de cacau dos produtores vira 40 barras de chocolate).

Miki tentou o contato com empresas de chocolate ( Nestle, Cargill, Mars, ADM, KRAFT, Barry Callebaut ) para saber que ações elas estão promovendo para combater o problema, no entanto, a única resposta que obteve foi uma declaração conjunta por porta-voz, da qual destaca um trecho: “A grande maioria das plantações de cacau não são das empresas que produzem chocolate ou fornecem o cacau e, portanto, não temos controle direto sobre o cultivo do cacau e as práticas laborais”. Essa declaração comprova a falta de responsabilidade do setor.

Embora o filme seja de 2011, pouca coisa mudou nesses últimos 5 anos, já que as operações realizadas pela Interpol na região da Costa do Marfim continuam resgatando crianças das plantações de cacau: uma operação feita pouco antes do início das gravações do documentário resgatou 65 crianças; em 2014 foram 76; 48 em 2015. Dados que comprovam a falta de debates significantes no âmbito internacional e a falta de medidas (locais e internacionais) eficientes para acabar com a exploração infantil no setor.

Portanto, esse é apenas um dos casos que refletem a dinâmica do Sistema Mundo moderno, que tem por objetivo  a acumulação infinita de capital, facilitada pelos mecanismos (comoditização, controle do trabalho assalariado, cadeia de commodities, intercâmbio desigual entre centro e periferia, monopolização do mercado) criados para perpetuar a hierarquia do Sistema Internacional.

Link do documentário: https://www.youtube.com/watch?v=ozSRWm7VcVE

Marina Reis de Oliveira

sábado, 5 de novembro de 2016

Teoria Sistema-Mundo

                                    Teoria Sistema-Mundo
                                                                                                       Kelly Pasetto
Uma das vertentes dentro do marxismo que estuda as relações internacionais é a Teoria Sistema-Mundo de Immanuel Wallerstein. Ela tem como objetivo principal analisar o Sistema Internacional com enfoque na economia mundial definida pelo sistema capitalista. Em sua analise é importante ressaltar o conceito histórico, pois a acumulação de capital depende do espaço e tempo, ou seja, estudando a evolução da acumulação de capital pode-se entender a evolução e concentração de poder econômico em áreas determinadas, para, assim, explicar através da economia e política o atual sistema internacional.
Seguindo esse pensamento, Wallerstein definiu que os poderes político e econômico são hierarquizados e os Estados podem situar-se em três áreas: as centrais que possuem atividades econômicas avançadas, complexas e desenvolvidas tecnologicamente; as semi-periféricas, as quais possuem uma economia diversificada que adquiriu um nível industrial e tecnológico maior que as áreas periféricas e menor que as centrais. Os países que se situam nessa área são intermediários economicamente, possuem uma mistura de características das outras duas áreas, apesar de possuir certo desenvolvimento ainda dependem de capital e tecnologias dos países centrais; as áreas periféricas caracterizadas por economia de exportação de produtos de bens primários, mão de obra barata, exploração, trabalho escravo ou forçado.
Dessa maneira, podemos perceber uma divisão internacional do trabalho que cria uma desigualdade entre essas três áreas e forma uma estrutura hierárquica base para o sistema capitalista atual. Portanto, a debilidade entre Estados é fruto da dependência estrutural e da desigualdade de troca. Apesar dessa estrutura ser fixa, segundo o teórico, não é excluída a possibilidade de mudança de posição dos Estados situados nessas áreas, pode existir uma mobilidade de países entre centro, semi-periferia e periferia. Podemos perceber que na história existiram outros tipos de sistema-mundo: impérios mundiais e economias mundiais. Um exemplo do primeiro tipo foi o Império Romano que sofreu ruptura, decaiu e deu espaço para a formação de um novo sistema.
 Por isso, se supõe que apesar do capitalismo estar se expandindo há cinco séculos, a sua própria expansão desenvolverá crises e em algum momento ocorrerá o funcionamento disfuncional (ponto de ruptura) e assim se formará um novo Sistema Mundial como aconteceu com a queda do Império Romano.
Apesar dessa teoria ter base marxista, Wallerstein realiza uma análise similar ao neorrealista Waltz. Os dois ressaltam a questão histórica e hierárquica, da visualização de países fortes e fracos e a importância da análise do Estado em relação ao sistema, da dependência da posição de um único país em relação ao sistema mundial. Por outro lado, a diferença principal entre Waltz e Wallerstein é que o primeiro foca na questão do poder e o segundo na questão econômica.