sábado, 5 de novembro de 2016

Teoria Sistema-Mundo

                                    Teoria Sistema-Mundo
                                                                                                       Kelly Pasetto
Uma das vertentes dentro do marxismo que estuda as relações internacionais é a Teoria Sistema-Mundo de Immanuel Wallerstein. Ela tem como objetivo principal analisar o Sistema Internacional com enfoque na economia mundial definida pelo sistema capitalista. Em sua analise é importante ressaltar o conceito histórico, pois a acumulação de capital depende do espaço e tempo, ou seja, estudando a evolução da acumulação de capital pode-se entender a evolução e concentração de poder econômico em áreas determinadas, para, assim, explicar através da economia e política o atual sistema internacional.
Seguindo esse pensamento, Wallerstein definiu que os poderes político e econômico são hierarquizados e os Estados podem situar-se em três áreas: as centrais que possuem atividades econômicas avançadas, complexas e desenvolvidas tecnologicamente; as semi-periféricas, as quais possuem uma economia diversificada que adquiriu um nível industrial e tecnológico maior que as áreas periféricas e menor que as centrais. Os países que se situam nessa área são intermediários economicamente, possuem uma mistura de características das outras duas áreas, apesar de possuir certo desenvolvimento ainda dependem de capital e tecnologias dos países centrais; as áreas periféricas caracterizadas por economia de exportação de produtos de bens primários, mão de obra barata, exploração, trabalho escravo ou forçado.
Dessa maneira, podemos perceber uma divisão internacional do trabalho que cria uma desigualdade entre essas três áreas e forma uma estrutura hierárquica base para o sistema capitalista atual. Portanto, a debilidade entre Estados é fruto da dependência estrutural e da desigualdade de troca. Apesar dessa estrutura ser fixa, segundo o teórico, não é excluída a possibilidade de mudança de posição dos Estados situados nessas áreas, pode existir uma mobilidade de países entre centro, semi-periferia e periferia. Podemos perceber que na história existiram outros tipos de sistema-mundo: impérios mundiais e economias mundiais. Um exemplo do primeiro tipo foi o Império Romano que sofreu ruptura, decaiu e deu espaço para a formação de um novo sistema.
 Por isso, se supõe que apesar do capitalismo estar se expandindo há cinco séculos, a sua própria expansão desenvolverá crises e em algum momento ocorrerá o funcionamento disfuncional (ponto de ruptura) e assim se formará um novo Sistema Mundial como aconteceu com a queda do Império Romano.
Apesar dessa teoria ter base marxista, Wallerstein realiza uma análise similar ao neorrealista Waltz. Os dois ressaltam a questão histórica e hierárquica, da visualização de países fortes e fracos e a importância da análise do Estado em relação ao sistema, da dependência da posição de um único país em relação ao sistema mundial. Por outro lado, a diferença principal entre Waltz e Wallerstein é que o primeiro foca na questão do poder e o segundo na questão econômica. 

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