domingo, 28 de agosto de 2016

Resenha Crítica - Escola Inglesa

A Escola Inglesa aparece na obra de Hedley Bull como a fusão entre o realismo de Hobbes e Idealismo de Kant, onde Bull discutirá sobre uma das estruturas da Sociedade Internacional: a ordem, e dizer se é possível ou não que ela exista nos dias de hoje.
No primeiro capítulo, Bull afirma que a ordem da vida social é aquela que promove as metas e os objetivos, e entende que, na vida social, a ordem é um padrão de atividade humana que sustenta os seus objetivos elementares. Diz também que os objetivos gerais não são a lista completa das metas comuns de uma sociedade, mas que eles precisam estar inseridos nessa lista.
Começando a falar sobre Estado, cita sobre a soberania interna e externa, o que é a definição de Estado, etc. Sobre Sistema de Estado, conta toda a história até que se fosse possível e de senso comum o termo “sistema” e fala sobre a interação direta e indireta dos Estados. Diz também que os Estados são os principais participantes da política mundial; sobre a manutenção da paz e, por fim, fala que os objetivos primários da Sociedade dos Estados são os mesmos listados como objetivo comum a toda vida social.

No quarto capítulo, Hedley Bull volta a falar sobre a Ordem mas como um valor, no entanto não é o único valor em que a conduta internacional pode ser ajustada. Utilizando o exemplo dos interesses das potências ocidentais vs interesses dos Estados de Terceiro mundo ; Ele diz que as potências dominantes (ocidentais) se ajustam baseando-se na ordem, em quanto os países de terceiro mundo buscam pela realização da justiça na comunidade internacional, mesmo que isso custe a desordem.Logo após essa introdução ele propõe a explicar o sentido de justiça assim dizendo que as ideias sobre justiça pertencem à categoria das ideias morais , tidas como certas ou erradas. Ele cita que a justiça tem a ver com a igualdade no âmbito de direitos e privilégios, e também com equidade e reciprocidade, assim dizendo que as exigências acerca de justiça se referem a igualdade de acesso a direitos e privilégios, demandas para a remoção de desigualdade e discriminação, igualdade na distribuição ou aplicação de direitos entre fortes e fracos. E citando 4 distinções importantes acerca de justiça e explicando justiças mais especificas.

Chegando no clímax do capitulo Bull começa finalmente a explicar a compatibilidade entre Ordem e Justiça e dizendo que há uma tensão característica entre a ordem proporcionada pelo sistema e as aspirações por justiça e diz que a sociedade internacional está comprometida com muito mais do que ‘’ apenas ‘’ a preservação da ordem e sim (também) do compromisso com ideias de justiça entre os Estados e de justiça individual .
E finaliza dizendo que a ordem internacional, é uma condição necessária para a justiça ou igualdade entre os Estados e/ou nações. Porque a mesma perece outros objetivos, como o da justiça. Mas diz que isso não significa, que em todos os casos a ordem deva ter prioridade sobre a justiça.

Com tudo apresentado por Bull nesses 3 capítulos concordamos com ele ao dizer que a Ordem em muitos casos supera a Justiça (como dito no capítulo 4 a igualdade e o direito a privilégios nem sempre são levados em conta), mas que também a Justiça possa representar não só o mais certo, mas sim a voz daqueles que buscam nessa Ordem Mundial um lugar onde a igualdade e distribuição igualitária dos direitos seja algo efetivo.
Alexandre Gomes, Gabriel Carmo e Leonardo Maiorano.

Resumo crítico da Escola Inglesa por Isabela Cunha

                           A Escola Inglesa surgiu na década de 50, após uma discussão com o comitê britânico com o intuito de se criar uma teoria nova. A reunião acontecia numa faculdade de Cambridge e lá foram estabelecidas as bases para Escola Inglesa. Ela é uma fusão do realismo e do idealismo, vertente do liberalismo. Podemos ver que do realismo foi herdada aquela visão fatalista do mundo egoísta. Já do idealismo, neoliberalismo no caso, foi herdada a compreensão do mundo como uma cooperação sempre. Além disso, herdamos também o conceito de poder com diferença ao tratamento, isso tudo resultando numa mudança positiva para a sociedade. 
                           Com a Escola Inglesa novos conceitos foram criados, a partir disso podemos diferir sistema internacional de sociedade internacional. O primeiro é a política de poder entre os estados, e é formada quando 2 ou mais estados tem impacto suficiente sobre as decisões do outro. Já a sociedade interacional parte da premissa da existência de um sistema internacional, a partir do momento em que um grupo de estados estão vinculados por um conjunto de regras. Também conceituou justiça comutativa e justiça distributiva, diferindo elas pela primeira abordar procedimentos e reciprocidade e a segunda por fiscalizar as mercadorias distribuídas entre estados ricos e pobres. Para acrescentar, também há a distinção entre ordem internacional e ordem mundial, sendo a primeira um instrumento para que eventualmente fosse atingida a segunda.
                      A Escola volta o olhar para valores culturais, igualdade racional, igualdade soberana, contra a injustiça econômica, etc. Sua principal contribuição foi a superação do debate entre realistas e idealistas, o estabelecimento das premissas do caminho do meio representado pelo pensamento grociano, a separação da teoria política clássica da história e da teoria internacional, a inauguração da análise em torno da sociedade de estados e a importância da história. O seu grande mérito foi abrir passagem para novos pensamentos nas relações internacionais, principalmente o pós-positivismo. 

justiça (Bull) Escola Inglesa



 Principais elementos da escola inglesa: o sistema internacional, sociedade internacional e sociedade mundial. BULL desenvolveu ideias de ordem e justiça que são muito importantes para entender a escola inglesa entre as quais  encontramos a ordem internacional, ordem na vida social e ordem mundial. Sobre as ideias desenvolvidas em relação a  justiça que ele divide e tenta explicar os seus conceitos de uma forma analítica sempre pensando na sua teoria por ele proposta sobre a justiça.Sendo uma teoria basta em detalhes o foco a explorar e desenvolver será a justiça para Bull.
Começamos pela justiça geral e a distinção com a justiça particular, a “geral” como o comportamento virtuoso e correto, enquanto a “particular” como um comportamento especial e correta entre os quais poderíamos achar mais de um tipo de comportamento correto.
A segunda distinção entre justiça "substantiva" e a justiça "formal"  é que a primeira se apoia no reconhecimento das normas, regras, leis e o cumprimento e deveres produzidos por estes sejam políticos, econômicos ou sociais, a segunda  exige o cumprimento destas normas de maneira igualitária sem importar as condições do sujeito, nem o conteúdo das regras.
A terceira distinção ocorre entre a justiça “aritmética” e a justiça “proporcional” é que a primeira tem um sentido de uma distribuição exata ou matematicamente de direitos e deveres e é proporcional que visa uma distribuição de direitos e deveres, mas não necessariamente igualitária, pois, pelas diferenças culturais, sociais e econômica a igualdade pode ser contrária à justiça, desta forma se espera uma proporcionalidade justa que pode não ser igualitária.
A quarta distinção parecida com  a anterior é a justiça “comutativa” e a justiça “distributiva” a primeira é reciprocidade entre direito e deveres, existindo de um lado, existe de igual modo no outro, bem parecida à justiça aritmética a segunda justiça não é alcançada por uma reciprocidade em direitos e deveres dos dois lados, mas sim por um reconhecimento individual dos membros das sociedades involucradas que possuem alguns interesses em comum esta pode ser confundida com a justiça proporcional.
Segundo Bull é partir destes quatro pressupostos de distinção da justiça que nós podemos entrar distinguir da “justiça internacional” ao entre os estados da justiça individual ou humana e de justiça mundial ou cosmopolita.

Por justiça internacional ou justiça entre estados, o que temos em mente são as regras morais que atribuem direitos e deveres aos estados e às nações. Por exemplo, a noção de que todos os estados, independentemente do seu tamanho, composição racial ou inclinação ideológica, têm o mesmo direito à soberania; ou a ideia de que todas as nações têm o mesmo direito à autodeterminação nacional.(BULL).

A  justiça  é muito diversa em todas as partes do mundo, tendo influencia moral, cultural, religiosa, histórica, jurídica, social  etc.. que faz com que se tenha diferentes cosmo visões  de ver e de entender a vida a realidade. A justiça que se encontra ligada naturalmente a os valores aos costumes  de uma determinada sociedade, entra por natureza em conflito com os valores da outra sociedade, pois isto,  ocasiona distorções  problemáticas na hora de avaliar a mesma situação.
Hoje em dia os valores e costumes principalmente os ocidentais estão espalhados por quase o mundo todo, com ajuda de varias guerras que  disseminaram varias nações, a entrada e o domínio na economia mundial das políticas neo liberais, capitalistas e imperialistas do ocidente, lógico com ajuda indiscutível dos avanços tecnológicos que favoreceram  e  ajudaram  para  que os valores ocidentais se conhecessem em quase todos os cantos do mundo, introduzidos obrigatoriamente na maioria dos países.
Com a  globalização dos valores injusta para muitos povos, mas necessária para manter a paz,  se cria a possibilidade  de uma justiça internacional,  plantar a ideia de direitos e deveres iguais, de direitos humanos iguais da universalização  de valores  e de diretos,  unindo as sociedades no mais intimo possível com instituições internas que compartilham os mesmo ideias que as outras, em organizações internacionais que promovam  políticas sócias na qual a maioria nos identificamos, em outras palavras com a perda da diversidade de valores e culturas mundiais com o extermínio das diferenças e com um  mundo mais homogeneizado manter a paz seria mais fácil,mas para realmente acontecer isso ainda falta muito, caminho quase impossível dado que  no mundo ainda há alguns povos valentes que se negam a perder o que foram por milênios e também perder sua cultura seus valores, entrelaçando guerras impossíveis e suicidas com as potencias mundiais.

Fazendo com que os direitos humanos, a justiça internacional e  todo o feito pelo ocidente não passe de uma folha ou seja se ainda são uma utopia.


Miguel Angel Albarracin Camacho e Boris Felipe Albarracin Camacho

sábado, 27 de agosto de 2016

O Terrorismo na Sociedade Internacional


Neste texto pretendemos analisar o fenômeno do terrorismo praticado por grupos fundamentalistas, tomando por base a obra de Headley Bull “A Sociedade Anárquica”. Para realizar esta análise, pretende-se estabelecer uma relação entre este fenômeno atual que ameaça a segurança dos estados soberanos e os conceitos propostos por Bull como, ordem, sistema e sociedade internacional, e como estes aspectos interagem com a ameaça constante do terror.
A ordem internacional existe com o intuito de garantir aos Estados certos valores que são primordiais para que se constitua a sociedade internacional como a conhecemos. Os valores principais podem ser enumerados em três: vida, propriedade e verdade. Por vida podemos entender como a limitação da violência que ameace a vida dos indivíduos, por verdade, a garantia de que os tratados firmados entre os Estados serão cumpridos por ambas as partes, e por propriedade entendemos como a estabilidade dos Estados de manter sua independência e garantir sua soberania. Em contraponto a esta definição de ordem está o terrorismo, uma vez que sua atuação põe em risco o vigor destes três valores apresentados.
Esta ordem internacional ela dá origem a outros dois seguimentos das interações entre os estados, que são o sistema e a sociedade internacional. O sistema internacional, de forma sintética, é o resultado das interações entre estados, direta ou indiretamente, e a sociedade internacional pode ser entendida como uma evolução do sistema, onde os Estados se consideram ligados por um “denominador comum”, que pode ser por exemplo um conjunto de regras.
Como já afirmado anteriormente, o terrorismo representa uma ameaça a estabilidade da ordem internacional, e, sendo assim, a sociedade internacional opera de modo a extinguir a proeminência do terror e, por conseguinte assegurar a segurança internacional. Antes de dar continuidade a esta linha de pensamento, é importante explicarmos porque o terrorismo não se enquadra na ordem, sociedade e sistema internacional. Primeiramente o terrorismo não pode ser incorporado no significado da ordem uma vez que ele representa o oposto dos valores que correspondem a ordem, logo, como também o terrorismo não é organizado como sendo um Estado, ele não se incorpora ao conceito de sistema, e consequentemente não pode ser entendido também como parte da sociedade internacional, por não se constituir como um Estado, por não compartilhar de valores a sociedade internacional atual e principalmente por representar a principal forma de ameaça a própria sociedade internacional atualmente, além de que os Estados mantêm o monopólio da violência e portanto não permitem que esta seja realizada ou incitada por outro grupo que não o próprio Estado.
Devido à natureza antagonista dos grupos terroristas à sociedade internacional, o seu enfrentamento se torna mais um dos valores da mesma, de certa forma aumentando os vínculos da sociedade internacional para se posicionarem contra esse inimigo em comum. Os grupos terroristas também não querem fazer parte desta sociedade, pois eles trabalham fora da ordem internacional incitando a desordem no sistema, o que dificulta o combate a eles já que a sociedade internacional costuma agir por meios ordeiros, e perante esse inimigo, que é estruturalmente distinto dos demais Estados que seguem a ordem internacional, o modus-operandi dos integrantes da sociedade internacional se mostra pouco eficaz.
Então apesar do estabelecimento quase global da ordem internacional e uma sociedade internacional baseada em valores ocidentais, ainda há brechas para esses atores desordeiros agirem com base em seus valores singulares, e justamente o fato de agirem fora da ordem é o que os deixa mais longe do alcance do poder da ordem.

Por Giovanna Bertolaccini e Rodrigo D’Avila

O Sucesso da Desordem Mundial das Olimpíadas

Por Alinne, Letícia e Vitor.


A Escola Inglesa explica o motivo das Olimpíadas serem uma desordem na vida social mundial que deu certo.

Criada na década de 1950, a Escola Inglesa é uma corrente que, em plena bipolarização do mundo, tenta reunir as mentes brilhantes inglesas da época, para dar ao seu país de origem força aos valores morais e culturais. Sendo as Olimpíadas um evento que reúne culturas, valores e política, é possível explicar com um estudo prévio da obra A Sociedade Anárquica de Hedley Bull, por quais motivos o evento realizado em 2016 foi uma desordem social mundial com base em três princípios citados pelo autor: vida, verdade e propriedade.
Primeiramente, é interessante ressaltar que o Brasil foi sede do evento realizado, sendo escolhido como tal em outubro de 2009 durante a 121ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional, em Copenhague, na Dinamarca e que nesse ano, o presidente regente era Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2009, o país começou o ano tendo reflexos do impacto da crise mundial e passou a se recuperar no terceiro trimestre do mesmo, vindo a crescer economicamente no ano seguinte.
Passada a confirmação do evento, ou melhor dos eventos – referindo, também, a Copa do Mundo FIFA 2014 – seria necessário, como obrigação, a iniciação dos preparativos do país para que tudo ocorresse com êxito. Vale lembrar, que antes mesmo da escolha da sede, os candidatos para receber as Olimpíadas são analisados pelo Comitê Olímpico Internacional e já possuem a plena noção do orçamento de mais de 5 bilhões de dólares, que vem em conjunto com outras exigências feitas pelo órgão olímpico, que antes de mais nada visão o bem-estar de todas as federações e previne um país despreparado de se envolver em compromissos inalcançáveis. Ou é o que se espera.
O cenário político, econômico e social brasileiro era diferente em 2009. É fato que o presidente da época não pensaria que o país estaria passando por um processo de impeachment durante o evento, muito menos que o Brasil estaria em uma crise econômica e o Rio de Janeiro, cidade escolhida para a realização das competições, teria grandes problemas em desenvolver e finalizar as obras para algo que só ocorreria sete anos depois da escolha. Pouco se pensaria nas hipóteses pessimistas, que só seriam lembradas pelo governo e população alguns meses antes do início da cerimônia de abertura.

Avaliado como um futuro legado, as Olimpíadas visam muito além de competições. Um de seus grandes valores é a vida. Logo como uma das principais características para avaliação da sede, é o que ficará após o encerramento. O apoio político é necessário e fundamental para o planejamento, visto que são feitos investimentos em saúde, segurança e até com o meio ambiente. Fazendo uma relação com a teoria da Escola Inglesa, Hedley Bull afirma, com base nos pensamentos de Santo Agostinha, que ordem é um conceito relativo, quando é relacionado com metas. Sendo assim, é possível dizer que no caso das Olimpíadas, a ordem ocorreria em caso de excelência na preparação e realização do evento. Para tal, seria necessário a concretização dos três princípios destacados pelo autor.
Em primeiro lugar, a vida. Já destacado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), o país sede precisa estar preparado para receber todas as federações e necessita ter estrutura para preservar e proteger a vida de atletas e do público. Para isso, deve investir na saúde, segurança, tecnologia, acomodações, etc. A sede de 2016, infelizmente, fracassou no primeiro valor. Apesar do orçamento previsto com tantos anos de antecedência e do valor vindo como acréscimo do órgão, o Brasil não foi capaz de finalizar as obras previstas para o mês de agosto de 2016, fazendo inclusive que federações tivessem que se retirar da Vila Olímpica pelo local não possuir estrutura suficiente para sua estadia. O que prejudicou, ora as federações que necessitaram se deslocar e desembolsar com um lugar para ficar, ora o Brasil que falhou em suas obrigações como sede e com sua reputação internacional.
Imaginando que as Olimpíadas são um evento político, é possível ver que o Brasil ficou em falta com outros Estados que fizeram questão de ressaltar que além da falta de estrutura nas acomodações, possui uma grande deficiência em segurança. O “clube dos mais poderosos” notificou sua população sobre a frequência de assaltos e crimes, para que estivessem preparados ao pisar em solo brasileiro. Sendo isso seguido de uma visão preconceituosa para com a população.
Em um primeiro momento, é possível ver que as Olimpíadas possuem deficiência no primeiro princípio, pois não alcançou a meta de segurar a vida. Apesar disso, até seu encerramento, não ocorreram graves incidentes informados pela mídia do país, que apesar de não transmitir total transparência, não noticiou qualquer tipo de acidente grave. Mesmo assim, o evento inicia avaliado como uma desordem mundial por não respeitar a vida.
O segundo princípio será ligado ao primeiro. O princípio da verdade, de que as promessas sejam cumpridas que é buscado por todas as sociedades. É interessante destacar que o COI se dedica a encontrar Estados que tenham a preocupação de cumprir as promessas feitas na candidatura para sediar o evento olímpico, o que não foi bem-sucedido no Brasil. Em 2009, fora prometido que o país estaria preparado para receber as Olimpíadas em 2016 e os investimentos deveriam ser feitos. Sendo assim, temos um segundo princípio corrompido.
O terceiro poderia ser avaliado de diversas maneiras. O princípio da propriedade pode ser visto de uma forma ampla ou mais reduzida. Pode ser relacionada ao país sede, que foi o responsável pela desordem até então, pode se encaixar nos países que vem representados por federações, que chegam ao país sede para conquistar o maior número de medalhas possível representado seu Estado, em caso de ordem internacional e pode destacar o indivíduo, ou seja, os atletas que buscam, além do reconhecimento por meio de seu Estado, as suas conquistas individuais, ou seja, a vitória por sua dedicação e trabalho de longa duração.
Sendo colocado tanto como representação do Estado ou do indivíduo – o atleta, sendo uma analogia mais correta em caso de Ordem Mundial – o terceiro princípio pode ser visto como alcançado, visto que todos exerceram tal tarefa com êxito. Mesmo dentro de tal cenário, nenhum evento esportivo teve problemas que os interrompessem ou adiassem a luta por sua propriedade. E como uma boa sociedade internacional, mesmo em um ambiente esportivo, os maiores possuem vantagens e são conhecidos como “favoritos”.

Apesar da desordem social causada, o evento teve uma boa repercussão e criou várias desavenças, pois nem todos apreciaram o espetáculo começando com a festa de abertura que apresentou de uma forma sutil a cultura brasileira para quem estava presente. Baseado no conceito de Ordem Mundial de Bull, o evento foi uma total desordem, salvando apenas a batalha individual pela propriedade, ou seja, a gratificação pela dedicação dos que se saíram melhores. Para o Brasil, fica apenas a lembrança e uma aprendizagem para precaver-se em casos de crise em eventos de tal autenticidade.

Mesmo em um caso de desordem mundial, o evento fez sucesso e foi visto por todo o mundo. O legado ficará e o espírito Olímpico está sempre registrado em momentos em que nem a competição e a vontade de ganhar venceu a empatia e a compaixão com o próximo. 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Resenha Crítica da Escola Inglesa


A Escola Inglesa surgiu na década de 1950 e teve como um de seus representantes Hedley Bull, famoso por sua obra A Sociedade Anárquica (1977). Essa teoria utiliza alguns princípios do realismo (noção de anarquia e pessimismo) e do liberalismo (os indivíduos e as OIs se tornam atores do SI).
No primeiro capítulo de sua obra, Hedley Bull apresenta e diferencia os conceitos de ordem na política mundial, de sistema internacional e de sociedade internacional. Introduz os 3 valores fundamentais da ordem social (direito à vida, ao cumprimento de acordos e à propriedade), e argumenta sobre as formas de interação entre Estados e indivíduos.
No segundo capítulo, o autor descreve a formação da sociedade internacional mundial (desde seu início, com a sociedade internacional cristã e depois com a sociedade internacional europeia).
Já no quarto capítulo, Hedley Bull apresenta as noções de justiça e como ela deve ser aplicada no contexto de ordem (para ele apenas a justiça internacional, a justiça entre Estados, é compatível com a ordem internacional).
Levando-se em consideração as opiniões apresentadas pelo autor, concordamos com sua ideia em relação à natureza humana (uma intermediação entre a perfeição e o egoísmo), pois se os indivíduos fossem totalmente egoístas não seria possível uma cooperação e nem a criação de direitos, e se fossem totalmente altruístas não seriam necessários os três valores fundamentais da ordem social.
Além disso, concordamos com o princípio de sociedade anárquica porque nos dias de hoje o Estado ainda é o principal ator no SI e não existe nenhuma entidade superior capaz de impor sanções e comportamentos a este. Outro ponto que estamos de acordo, é o fato de que a justiça só pode ser aplicada num contexto de ordem, pois aquela pode ser alterada conforme os interesses daqueles que a impõe.
Portanto, percebemos que várias questões levantadas por Bull ainda podem ser utilizadas e discutidas no século XXI, já que o cenário internacional atual ainda é semelhante ao sistema internacional apresentado por ele.
 
Por Kelly Pasetto, Marina Reis e Vitória Gracia

Escola Inglesa - Aplicação da Teoria

   A teoria proposta pela Escola Inglesa concilia abordagens de caráter realistas e liberais, sendo considerada uma teoria middle ground. Ao mesmo tempo em que se aceita o pessimismo realista, em que as relações entre os estados são conflituosas, onde cada estado sempre deve defender seus interesses e que os interesses de cada ator não são os mesmos, gerando um constante estado de guerra. Se aceita também o otimismo liberal, nos quais os liberais buscam ganhos relativos de poder, a autodeterminação dos povos e a importância das instituições internacionais.
   Essa teoria entende que as relações internacionais fazem parte das relações humanas as quais possuem valores básicos, como, independência, segurança, ordem e justiça. Embora esses valores estejam inseridos em uma conjuntura de anarquia internacional, com instituições, normas e regras distintas, os políticos os utilizam para conduzir a política externa. Com isso, além da mescla entre realismo e liberalismo, a Escola Inglesa dá ênfase também no direito internacional e na construção de regras que fortalecem a cooperação entre os estados.
   Em A Sociedade Anárquica, obra de Hedley Bull, entende-se que a realidade internacional tem um papel fundamental na formação de um conceito, do que é a ordem internacional na política mundial. A ordem internacional se trata de um padrão de atividades que sustentam os objetivos elementares, primários ou universais de uma sociedade de estados. Bull apresenta alguns desses objetivos. Entre eles, está a preservação do Sistema Internacional e da Sociedade Internacional, em que os estados modernos se unem acreditando que são os principais atores da política mundial e os mais importantes sujeitos de direitos e deveres dessa sociedade.
   Essa sociedade dos estados também procura garantir que ela continuará a ser a forma mais influente da organização político mundial, de fato e de direito. O que acontece no atual cenário mundial, onde existem Estados mais fortes que outros, (militarmente, economicamente e até culturalmente) gerando assim um desafio para a Ordem Internacional, uma vez que esses Estados querem de alguma forma dominar os demais. Visto recentemente, a Olímpiada trouxe alguns casos, onde pode-se perceber o agir desses Estados.
   Os EUA é um exemplo desse fato. Alguns dias antes dos jogos olímpicos começarem, a inteligência norte-americana começou a trabalhar em conjunto com oficias da inteligência brasileira para identificar e interromper ameaças aos jogos e competições, já que a delegação dos EUA estava preocupada com a segurança de seus atletas, trazendo para o Brasil vários analistas e agentes de segurança. Além do mais, os EUA também montaram uma megaestrutura no Rio para receber seus turistas e atletas, com o objetivo de garantir a segurança dos cidadãos americanos. Por mais que o Brasil e os EUA tenham assinado um memorando de cooperação em grandes eventos esportivos internacionais, tendo uma interação direta de cooperação entre os dois, sabe-se que por trás, o interesse dos EUA é estar presente de alguma forma, sobressaindo aos demais.
   Ainda dentro da Escola Inglesa, pode-se verificar essa assinatura do memorando pelo viés da Tradição Grociana, na qual a Sociedade Internacional não é baseada nem no idealismo de Kant e nem no realismo de Hobbes, mas em uma conciliação entre elas. Por consequência, esse viés acredita que há a possibilidade de cooperação, no entanto, a cooperação ocorre somente quando há interesses e valores comuns. Como ocorrido entre o Brasil e os EUA, países com valores comuns, na qual ambos foram ao pais do outro receber treinamentos, ainda assim os EUA manteve-se no Brasil para garantir seu interesse de “segurança” a seus cidadãos. 

Por Fernanda Oliveira, Gabriel Santana e Gabriela Sales

A Ordem Internacional e a Carta das Nações Unidas

  Após estudarmos a Escola Inglesa, podemos relacionar os objetivos da Carta das Nações Unidas com os objetivos da Ordem Internacional, apresentados por Hedley  Bull.
  A ordem é o que possibilita o relacionamento entre as pessoas sem que seus valores sejam quebrados, tais como de proteger a vida, a propriedade e a verdade das leis. Apesar desses valores serem relativos dentro de cada sociedade, para Hedley Bull eles são primordiais para explicar a ordem internacional. 
  A carta da ONU, como já estudamos, foi documento feito após a Segunda Guerra Mundial que tinha como objetivo manter a paz mundial e estabelecer a cooperação internacional relacionados aos problemas sociais, econômicos e humanitários. Tal documento poderia ajudar a manter a Ordem Internacional estabelecida e para que os valores sejam respeitados. Sendo assim, podemos pensar na Carta das Nações Unidas como a justiça explicada por Bull, já que na carta estabelece os direitos e deveres dos Estados.
   Desse modo, podemos concluir que a justiça só pode ser aplicada em um contexto de ordem, que foi o estabelecido após a Guerra Fria, onde foi possível construir uma justiça internacional baseada nos valores morais das sociedades.
  


Por Maria Clara Campbell e Raquel Sant'Anna

Resenha crítica da Escola Inglesa por Lizandra Ferreira

A Escola Inglesa surge na década de 50, em meio à Guerra Fria, e adota uma postura totalmente diferente do que se vinha vendo: o meio-termo. Indo de encontro ao "preto no branco", que era o comum - ou você estava do lado dos EUA ou da URSS; ou você era um realista ou um idealista - a escola inglesa explora esse meio-termo, com formas intermediárias e menos radicais e, talvez, tenha sido a única que previu o que aconteceu ao fim da Guerra Fria: a multipolarização.
Misturando o que seria a prática política realista do Estado com aspirações ideias, ou seja, os valores morais que acreditavam serem universais, essa corrente filosófica traz conceitos como ordem internacional, sistema internacional e sociedade internacional, até que esta se torne mundial. Porém, a questão que fica é: a Escola Inglesa estava certa e nós atingimos o nível da sociedade internacional mundial?
De acordo com Bull, a ordem na Política Mundial se mantém sobre 3 pilares (valores que, supostamente, são respeitados universalmente): a vida, a verdade e a propriedade. Entretanto, esses valores não têm o mesmo peso em todas as sociedades do globo. O valor à vida, por exemplo, muito relacionado às religiões de cada nação, difere de um lugar para outro: para civilizações ocidentais, em sua maioria cristãs, a vida humana é o que há de mais "sagrado". Para civilizações orientais que têm maioria não-cristã (budismo, islamismo), a vida tem um outro significado, sendo a terrena só passageira e, assim, o apego à qualquer coisa, mesmo a própria vida, é visto como "errado" (no budismo), enquanto extremistas muçulmanos  usam o discurso que Alá está acima da vida dos infiéis, justificando assim atos terroristas, por exemplo. Isso nos mostra que esses valores morais universais que a Escola Inglesa trouxe não são tão universais assim, pelo menos não de forma igual. Quando um católico brasileiro se muda para o Egito, é como se ele fizesse parte de duas sociedades simultaneamente: aquela que tem em comum com ele seus valores e crenças, e a que ele está inserido no momento, à qual ele tem que se adaptar e respeitar também. Estados ditatoriais e Estados democráticos também não fazem parte da mesma sociedade, pois há diferenças gritantes e inimagináveis entre os modos de vida de um jovem cubano e um jovem inglês, exemplificando. Logo, fica difícil acreditar que nós chegamos no nível da sociedade internacional mundial, visto que há culturas muito diferentes umas das outras para que possam todas elas fazer parte da mesma sociedade. Porém, o sistema internacional de Bull, definido como "a interação de um Estado com outro é tanta que a reação do outro à sua ação passa a ser considerada" claramente é comprovado atualmente, já que Estados com culturas tão diferentes (sociedades diferentes) têm interação econômica e até participam de OIs em comum (como a ONU).
Assim, a Escola Inglesa, apesar de ter se desenvolvido durante a Guerra Fria, foi capaz de prever muitas coisas e, embora a sociedade internacional mundial não tenha sido alcançada, é esperado que um dia as diferentes sociedades internacionais consigam conviver de forma mais harmoniosa.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Resumo Escola Inglesa - Bárbara Menezes

Na década de 50, em meio à Guerra Fria, alguns ingleses intelectuais, se juntaram no Comitê Britânico com a finalidade de discutir uma teoria de política internacional que não se prendesse somente aos debates entre realismo e liberalismo. A ideia era formar um centro de pensamento em relações internacionais. A escola inglesa trabalha com a ideia de que há uma sociedade de Estados. Essa sociedade é caracterizada pela existência de interesses comuns entre os participantes. Os Estados são os atores principais, e por meio desses interesses compartilhados eles buscam manter uma ordem internacional.
O principal teórico que abarca essa ideia societária no âmbito internacional é Hedley Bull. Segundo o autor, existe uma sociedade de estados quando um grupo de Estados, conscientes de certos valores e interesses comuns, formam uma sociedade, no sentido de se considerarem liados, no seu relacionamento, por um conjunto comum de regras, e participam de instituições comuns.
No primeiro capítulo, Hedley Bull, baseou-se na defesa da existência de uma ordem na política mundial, indo de encontro às teorias mais realistas de relações internacionais, que relacionam a esfera transnacional com o Estado de natureza hobbesiano. Hedley elabora uma análise lógica comparativa entre a ordem social na esfera nacional e na internacional, procurando mostrar que ambas são regidas pelos mesmos princípios.
Bull inverte o sentido de anarquia do sistema internacional, desvinculando a noção hobbesiana do caos anárquico. A existência da ordem social leva a relações sociais estáveis, progresso econômico, desenvolvimento da tecnologia das sociedades e organização política. Ele vai buscar uma definição da ordem social em que não exista a necessidade de regras e leis proibitivas.
O mesmo descreve a política internacional por meio de uma sociedade de Estados, a sociedade internacional, porque os Estados não estão empenhados em uma simples luta, existem limites impostos por regras e instituições mantidas em comum, existe uma ordem internacional (ele compara com a ordem da vida social).
A política internacional não expressa nem um completo conflito de interesses, nem uma completa identidade de interesses. A atividade internacional que melhor tipifica a sociedade internacional é o comércio econômico e social. Em suma, todos os Estados estão limitados pelas regras e instituições da sociedade que formam.
Todas as sociedades têm objetivos gerais quaisquer que sejam as suas metas particulares. O primeiro é a garantia da vida (sobrevivência), o segundo é a verdade (garantia de que as promessas sejam cumpridas), e o último é a estabilidade da posse (propriedade). Assim, na vida social a ordem é um padrão de atividade humana que sustenta os seus objetivos elementares, primários ou universais.
A ordem internacional refere-se a um padrão ou disposição das atividades internacionais que sustentam os objetivos elementares. Esses objetivos são: preservação do próprio sistema e da sociedade de Estados; manter a independência ou a soberania externa dos Estados individuais e os objetivos comuns a toda vida social: vida, verdade e propriedade.
Hedley afirma que a ordem mundial é diferente da ordem internacional. A ordem mundial é mais ampla que a ordem internacional, porque para que se faça sua descrição é necessário que se trate não só da ordem entre os estados, mas também da ordem em escala interna ou local existente dentro de cada estado. A ordem mundial procede moralmente a ordem internacional.
O grande mérito da Escola Inglesa, foi abrir a passagem para novos pensamentos nas relações internacionais, principalmente a passagem para o pós-positivismo tão fundamental para se compreender o mundo pós-guerra fria.