sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Escola Inglesa - Aplicação da Teoria

   A teoria proposta pela Escola Inglesa concilia abordagens de caráter realistas e liberais, sendo considerada uma teoria middle ground. Ao mesmo tempo em que se aceita o pessimismo realista, em que as relações entre os estados são conflituosas, onde cada estado sempre deve defender seus interesses e que os interesses de cada ator não são os mesmos, gerando um constante estado de guerra. Se aceita também o otimismo liberal, nos quais os liberais buscam ganhos relativos de poder, a autodeterminação dos povos e a importância das instituições internacionais.
   Essa teoria entende que as relações internacionais fazem parte das relações humanas as quais possuem valores básicos, como, independência, segurança, ordem e justiça. Embora esses valores estejam inseridos em uma conjuntura de anarquia internacional, com instituições, normas e regras distintas, os políticos os utilizam para conduzir a política externa. Com isso, além da mescla entre realismo e liberalismo, a Escola Inglesa dá ênfase também no direito internacional e na construção de regras que fortalecem a cooperação entre os estados.
   Em A Sociedade Anárquica, obra de Hedley Bull, entende-se que a realidade internacional tem um papel fundamental na formação de um conceito, do que é a ordem internacional na política mundial. A ordem internacional se trata de um padrão de atividades que sustentam os objetivos elementares, primários ou universais de uma sociedade de estados. Bull apresenta alguns desses objetivos. Entre eles, está a preservação do Sistema Internacional e da Sociedade Internacional, em que os estados modernos se unem acreditando que são os principais atores da política mundial e os mais importantes sujeitos de direitos e deveres dessa sociedade.
   Essa sociedade dos estados também procura garantir que ela continuará a ser a forma mais influente da organização político mundial, de fato e de direito. O que acontece no atual cenário mundial, onde existem Estados mais fortes que outros, (militarmente, economicamente e até culturalmente) gerando assim um desafio para a Ordem Internacional, uma vez que esses Estados querem de alguma forma dominar os demais. Visto recentemente, a Olímpiada trouxe alguns casos, onde pode-se perceber o agir desses Estados.
   Os EUA é um exemplo desse fato. Alguns dias antes dos jogos olímpicos começarem, a inteligência norte-americana começou a trabalhar em conjunto com oficias da inteligência brasileira para identificar e interromper ameaças aos jogos e competições, já que a delegação dos EUA estava preocupada com a segurança de seus atletas, trazendo para o Brasil vários analistas e agentes de segurança. Além do mais, os EUA também montaram uma megaestrutura no Rio para receber seus turistas e atletas, com o objetivo de garantir a segurança dos cidadãos americanos. Por mais que o Brasil e os EUA tenham assinado um memorando de cooperação em grandes eventos esportivos internacionais, tendo uma interação direta de cooperação entre os dois, sabe-se que por trás, o interesse dos EUA é estar presente de alguma forma, sobressaindo aos demais.
   Ainda dentro da Escola Inglesa, pode-se verificar essa assinatura do memorando pelo viés da Tradição Grociana, na qual a Sociedade Internacional não é baseada nem no idealismo de Kant e nem no realismo de Hobbes, mas em uma conciliação entre elas. Por consequência, esse viés acredita que há a possibilidade de cooperação, no entanto, a cooperação ocorre somente quando há interesses e valores comuns. Como ocorrido entre o Brasil e os EUA, países com valores comuns, na qual ambos foram ao pais do outro receber treinamentos, ainda assim os EUA manteve-se no Brasil para garantir seu interesse de “segurança” a seus cidadãos. 

Por Fernanda Oliveira, Gabriel Santana e Gabriela Sales

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