quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Resumo Escola Inglesa - Bárbara Menezes

Na década de 50, em meio à Guerra Fria, alguns ingleses intelectuais, se juntaram no Comitê Britânico com a finalidade de discutir uma teoria de política internacional que não se prendesse somente aos debates entre realismo e liberalismo. A ideia era formar um centro de pensamento em relações internacionais. A escola inglesa trabalha com a ideia de que há uma sociedade de Estados. Essa sociedade é caracterizada pela existência de interesses comuns entre os participantes. Os Estados são os atores principais, e por meio desses interesses compartilhados eles buscam manter uma ordem internacional.
O principal teórico que abarca essa ideia societária no âmbito internacional é Hedley Bull. Segundo o autor, existe uma sociedade de estados quando um grupo de Estados, conscientes de certos valores e interesses comuns, formam uma sociedade, no sentido de se considerarem liados, no seu relacionamento, por um conjunto comum de regras, e participam de instituições comuns.
No primeiro capítulo, Hedley Bull, baseou-se na defesa da existência de uma ordem na política mundial, indo de encontro às teorias mais realistas de relações internacionais, que relacionam a esfera transnacional com o Estado de natureza hobbesiano. Hedley elabora uma análise lógica comparativa entre a ordem social na esfera nacional e na internacional, procurando mostrar que ambas são regidas pelos mesmos princípios.
Bull inverte o sentido de anarquia do sistema internacional, desvinculando a noção hobbesiana do caos anárquico. A existência da ordem social leva a relações sociais estáveis, progresso econômico, desenvolvimento da tecnologia das sociedades e organização política. Ele vai buscar uma definição da ordem social em que não exista a necessidade de regras e leis proibitivas.
O mesmo descreve a política internacional por meio de uma sociedade de Estados, a sociedade internacional, porque os Estados não estão empenhados em uma simples luta, existem limites impostos por regras e instituições mantidas em comum, existe uma ordem internacional (ele compara com a ordem da vida social).
A política internacional não expressa nem um completo conflito de interesses, nem uma completa identidade de interesses. A atividade internacional que melhor tipifica a sociedade internacional é o comércio econômico e social. Em suma, todos os Estados estão limitados pelas regras e instituições da sociedade que formam.
Todas as sociedades têm objetivos gerais quaisquer que sejam as suas metas particulares. O primeiro é a garantia da vida (sobrevivência), o segundo é a verdade (garantia de que as promessas sejam cumpridas), e o último é a estabilidade da posse (propriedade). Assim, na vida social a ordem é um padrão de atividade humana que sustenta os seus objetivos elementares, primários ou universais.
A ordem internacional refere-se a um padrão ou disposição das atividades internacionais que sustentam os objetivos elementares. Esses objetivos são: preservação do próprio sistema e da sociedade de Estados; manter a independência ou a soberania externa dos Estados individuais e os objetivos comuns a toda vida social: vida, verdade e propriedade.
Hedley afirma que a ordem mundial é diferente da ordem internacional. A ordem mundial é mais ampla que a ordem internacional, porque para que se faça sua descrição é necessário que se trate não só da ordem entre os estados, mas também da ordem em escala interna ou local existente dentro de cada estado. A ordem mundial procede moralmente a ordem internacional.
O grande mérito da Escola Inglesa, foi abrir a passagem para novos pensamentos nas relações internacionais, principalmente a passagem para o pós-positivismo tão fundamental para se compreender o mundo pós-guerra fria.


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