Por Alinne,
Letícia e Vitor.
O texto a
seguir é uma resenha crítica ao filme Brigde of Spies que utiliza como base
teórica fundamentadora a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt.
Nota:
Este texto pode conter spoilers.
Brigde os
Spies (em português, Ponte dos Espiões) é o último filme dirigido e produzido
por Steven Spielberg, e protagonizado por Tom Hanks, que trata sobre alguns acontecimentos
durante a Guerra Fria, em uma visão americana, vividos pelo personagem
principal e é baseado no livro com o mesmo nome de Giles Whittell.
O filme inicia
quando Rudolf Abel, um espião soviético, é descoberto e preso, e James B.
Donovan (nosso querido personagem principal), um advogado que trabalha na área
de seguros, é convocado para defendê-lo. Aqui vai um destaque para o personagem
principal que mostrou sua grande coragem ao aceitar um trabalho que muitos, se
não todos, patriotas diriam não por diversos motivos. O país se encontrava na
regularização do capitalismo onde a população já era incentivada a acreditar e
defender a ordem mundial que os Estados Unidos pregavam, ou seja, um espião
soviético era um cruel inimigo e o mínimo que deveria acontecer no tribunal era
o culpado sair com a corda no pescoço, independente do que estivesse previsto
em sua Constituição.
Ao momento que
o advogado de seguros aceita tal trabalho, ele se coloca completamente contra
seu próprio país e provoca uma série de revoltas tanto nas autoridades como em
civis que acreditam que tal atitude provoca a paz americana. Isso retrata um
homem que em primeiro momento parece não saber o que está. Ao contrário do que
é pensado pelos civis, James B. Donovan inicia aí sua postura diplomática,
visionária e até considerada utópica. Ao analisar o cenário, ele logo vê que
matar aquele homem é jogar uma moeda de troca fora, o que não se deveria
acontecer. E ao entrar mais afundo no caso, James consegue ter um aprofundamento
das reais condições que a tal guerra proporciona.
Após o
julgamento e condenação, há uma total revolta. James passa a sentir em sua pele
a força social atuando na população, que para sua sorte não duraria muito
tempo, visto que ocorreria a seguir exatamente o que sua previsão afirmava: a
prisão de um soldado americano no lado soviético e o início de negociações
entre os dois lados por uma troca simultânea dos prisioneiros. É interessante
ver que o filme mostra seu lado tendencioso a partir dessa parte. A retratação
de como eram mantidos os prisioneiros de guerra por ambos os lados parece falho
e faz os Estados Unidos parecer um completo anjo na forma de tratar o inimigo.
Boas estruturas, delicadeza ao negociar informações e muita paciência no
tratamento de seu preso, diferente das torturas e da forma ríspida (sendo
generosa) soviética de tentar arrancar dados sobre a capacidade material
americana. Aliás, soviéticos parecem ser tratados como ignorantes quando se
trata de avanços bélicos, visto que todos os dias torturam seu preso para saber
como funcionava e era produzido o avião que ele pilotava.
Além de
ignorantes, bárbaros e ditadores (como é representado na imagem do julgamento)
é possível ver nas cenas do Muro de Berlim como seu lado é muito mais “negro”
que o americano, o que parece ser notável na cena em que homens são baleados ao
tentar atravessar o murro que é fortemente protegido. Apesar de
todos os contras, James prossegue firme na sua aplicação da “solução de
problemas” e utiliza das forças determinantes, defendidas por Cox,
estadunidenses para conseguir resolver tal negociação.
Por consequência, o filme mostra que a indústria do entretenimento americano nunca superou
a Guerra Fria. A propaganda de sua cultura continua e segue na propagação que
utiliza das forças em seus três níveis de atuação. Um filme de Spielberg, que
gera expectativas por nome e filmografia, ficou só no nome e na propaganda
ideológica do que os Estados Unidos até hoje pregam.
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