A
Teoria Crítica surgiu após o declínio da URSS com intuito de ampliar a visão de
estudo das Relações Internacionais que antes era limitada à questão da
segurança. Essa teoria serviu como alternativa às teorias positivistas, ou
seja, ela discorda de bases positivistas, não acredita que a estrutura social e
política são dadas, mas que os homens criam, traçam e constituem o mundo em que
vivem, seja ele em âmbito nacional ou internacional. Ela não busca somente
explicar os acontecimentos, como as teorias tradicionais fazem, mas preocupa-se
em relação à possibilidade de mudança e transformação da ordem, em mudar a
realidade.
Um
dos teóricos mais importantes dessa teoria pós-positivista é Robert Cox
(1981-1996), esse faz uma crítica ao realismo adquirindo pensamentos de
esquerda, marxistas. Podemos perceber isso no conceito do materialismo histórico
utilizado para superar o realismo e suas contradições. Permite incluir a
sociedade civil como um ator relevante, pois Cox acredita que não se deve focar
somente nas relações hierárquicas entre Estados, mas deve-se incluir a
sociedade como ator determinante. Os teóricos críticos buscam,portanto, acabar com
a opressão de estruturas políticas e econômicas mundiais sobre as minorias, buscam
acabar com a desigualdade e a dominação dos ricos sobre os pobres.
Ele
acredita que existem três tipos de forças: capacidades materiais que
correspondem a recursos naturais, tecnologia e armamentos; idéias que são
subdivididas em intersubjetivas que ajudam a legitimar o mundo como ele é e em
coletivas, ou seja, visões de diversos grupos sociais; e instituições que
servem para estabilizar uma ordem dominante.
Essas
três possuem três níveis de atuação: as forças sociais que influenciam o modo e
processo de produção; as formas de estados, derivadas do complexo sociedade/estado;
e as ordens mundiais que definem as configurações de força em nível
internacional. Portanto, para Cox, a compreensão do mundo como ele é só pode
ser realizada através do estudo desses três tipos de forças e através desses
três níveis de análise.
O
conceito de hegemonia explicado por Cox, baseado em escritos de Antonio Gramsci,
pode ser exemplificado pela hegemonia histórica da Grã-Bretanha e dos Estados
Unidos. No início do século XX o imperialismo britânico decaiu e perdeu sua
posição hegemônica, substituída futuramente, após a Segunda Guerra Mundial,
pelos Estados Unidos. Esses últimos, finalmente, abandonaram o isolacionismo norte-americano,
tomaram proveito da situação de enfraquecimento e vulnerabilidade européia e
japonesa e utilizaram esse período para criar uma economia mundial liberal reformada,
assumindo a responsabilidade hegemônica.
Essa
hegemonia baseou-se no livre comercio, texto ideológico de aumento da
produtividade, formação de instituições e organizações internacionais (Banco
Mundial, FMI, GATT, ONU), sistema Bretton Woods, exportação da cultura e ideais
americanos para a periferia, propagandas (Ware Fare State, Plano Marshall, The
Good Neighbor Policy) e envolvimento americano em questões internas de países latino-americanos.
Kelly Pasetto
Parabéns pelo blog!
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