domingo, 16 de outubro de 2016

Robert Cox e a Teoria Crítica

A Teoria Crítica surgiu após o declínio da URSS com intuito de ampliar a visão de estudo das Relações Internacionais que antes era limitada à questão da segurança. Essa teoria serviu como alternativa às teorias positivistas, ou seja, ela discorda de bases positivistas, não acredita que a estrutura social e política são dadas, mas que os homens criam, traçam e constituem o mundo em que vivem, seja ele em âmbito nacional ou internacional. Ela não busca somente explicar os acontecimentos, como as teorias tradicionais fazem, mas preocupa-se em relação à possibilidade de mudança e transformação da ordem, em mudar a realidade.
Um dos teóricos mais importantes dessa teoria pós-positivista é Robert Cox (1981-1996), esse faz uma crítica ao realismo adquirindo pensamentos de esquerda, marxistas. Podemos perceber isso no conceito do materialismo histórico utilizado para superar o realismo e suas contradições. Permite incluir a sociedade civil como um ator relevante, pois Cox acredita que não se deve focar somente nas relações hierárquicas entre Estados, mas deve-se incluir a sociedade como ator determinante. Os teóricos críticos buscam,portanto, acabar com a opressão de estruturas políticas e econômicas mundiais sobre as minorias, buscam acabar com a desigualdade e a dominação dos ricos sobre os pobres.
Ele acredita que existem três tipos de forças: capacidades materiais que correspondem a recursos naturais, tecnologia e armamentos; idéias que são subdivididas em intersubjetivas que ajudam a legitimar o mundo como ele é e em coletivas, ou seja, visões de diversos grupos sociais; e instituições que servem para estabilizar uma ordem dominante.
Essas três possuem três níveis de atuação: as forças sociais que influenciam o modo e processo de produção; as formas de estados, derivadas do complexo sociedade/estado; e as ordens mundiais que definem as configurações de força em nível internacional. Portanto, para Cox, a compreensão do mundo como ele é só pode ser realizada através do estudo desses três tipos de forças e através desses três níveis de análise.
O conceito de hegemonia explicado por Cox, baseado em escritos de Antonio Gramsci, pode ser exemplificado pela hegemonia histórica da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. No início do século XX o imperialismo britânico decaiu e perdeu sua posição hegemônica, substituída futuramente, após a Segunda Guerra Mundial, pelos Estados Unidos. Esses últimos, finalmente, abandonaram o isolacionismo norte-americano, tomaram proveito da situação de enfraquecimento e vulnerabilidade européia e japonesa e utilizaram esse período para criar uma economia mundial liberal reformada, assumindo a responsabilidade hegemônica.
Essa hegemonia baseou-se no livre comercio, texto ideológico de aumento da produtividade, formação de instituições e organizações internacionais (Banco Mundial, FMI, GATT, ONU), sistema Bretton Woods, exportação da cultura e ideais americanos para a periferia, propagandas (Ware Fare State, Plano Marshall, The Good Neighbor Policy) e envolvimento americano em questões internas de países latino-americanos.
                  

                                                                                                  Kelly Pasetto

Um comentário: