sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Pan-africanismo em uma perspectiva marxista - Julia Guimarães de Oliveira

A teoria marxista nas relações internacionais faz referência a uma visão determinista, com um enfoque realista nas questões; da estrutura econômica e social, que faz alusão ao nível de forças de produção e de certos grupos sociais que neles se enquadram; e também, a relacionando com a superestrutura política, na qual se enquadra a conjuntura do movimento operário e partidos liberais ou socialistas; as superestruturas ideológicas, nas quais se encaixam os valores coletivos e ideais compartilhados, e por fim, á conjuntura histórica. Tendo em vista as questões acima destacadas, Marx pode observar que a infraestrutura era, de certo modo, determinada pela força de trabalho, ou seja, pelos proletariados explorados, neles caberiam a base real da estrutura capitalista, já que estes determinariam as relações de produção. Em segunda instância Marx observara que o Estado se edificaria como forma de dominação dos meios produtores em virtude da superestrutura, a qual advém da própria luta de classes. Em outras palavras, representaria os níveis de dominação ideológica da classe dominante que se ergue sobre a infraestrutura. Em meio a exploração dos proletários, cria-se um sentimento de nação o qual fará com que os proletários "comprem as brigas da burguesia para si" em meio a uma ilusão alienatória imposta pelos dominantes. É possível analisar o movimento pan-africanista em uma perspectiva marxista em principio na partilha africana e pela dominação imposta pelos Estados da Inglaterra, Portugal, França e Estados Unidos. A dominação cultural imposta pelas demais potências, viriam de forma a serem seguidas, como uma justificativa de uma exploração em detrimento á submissão das colônias, a implementação da ideia eurocentrista dos meios de produção como vias de interesses ligados as metrópoles.Vale ressaltar que já nesta época a escravidão, modelo resultante do colonialismo, passa a imagem de coisificação do escravo em detrimento aos meios de produção, subordinados a um processo do capitalismo mercantil. Ponto em que o africano passou a ser visto não mais como "humano", e sim, resultara uma relação de "coisificação" do negro, advindo do processo escravista em detrimento ao mercantilismo exploratório. A partir disto, várias analogias puderam ser observadas, tanto Marx argumenta que, "negro só é escravo em determinadas circunstâncias", tais como quando a questão racial mais tarde passa a ter um peso maior quando a desvalorização do negro é vista como motivo de se tirar "vantagem" pela burguesia do proletariado. Franz Fanon também completa que, "o negro só é negro em certas situações", sendo assim, como já Marx aponta, a questão racial só pode ser social. O racismo científico, como denominado no séc. 19 devido ao emergir do contexto de desigualdades advindo da Europa, junto da pobreza, teve denominação de "tendência biológica", devido a isto, a ideia de raça,e então a desigualdade também em relação ao europeu. Sendo assim, houve enfase no estudo do darwinismo social para se explicar tais desigualdades. Mesmo no séc. 19 com o fim da escravidão e com a problemática da entrada dos negros no mercado de trabalho, advinda da visão burguesa "científica" de que os negros seriam menos aptos biologicamente para o trabalho; e com o início do pan-africanismo surgido nos EUA como um movimento imigracionista para Libéria, a desigualdade descancarada e a primazia do poder das antigas metrópoles ainda assim exerciam um artifício dominador sobre os negros, em visão marxista, também proletários explorados. Mao Tse Tung uma vez apontou que "o racismo é um subproduto da luta de classes" como criação do capitalismo, sendo assim, como lidar? Seria então melhor acabar com a criação do capitalismo ou então com o racismo, mesmo tendo em vista que estão de certa forma interligadas?

Alienação por alienados - Teoria Marxista das RI

Embora o marxismo seja tratado atualmente como uma teoria das relações internacionais, Karl Marx e Friedrich Engels, os idealizadores desta corrente, nunca se dedicaram a estudar as relações internacionais propriamente ditas. Lênin foi o teórico que mais se aproximou de aplicar o marxismo nas RIs.
De qualquer modo, o Marxismo é uma corrente importante pois ainda hoje em dia, seus conceitos são amplamente difundidos e usados para explicar as relações entre Estados.
Comecemos levantando quatro conceitos desta teoria, o de luta de classes, meios de produção, infraestrutura e superestrutura. A existência dos dois últimos, de certa forma, propicia alicerce para a existência da luta de classes e a abordagem marxista dos meios de produção.
Infraestrutura para Marx são as relações de produção somados aos meios materiais de produção, sendo assim, a infraestrutura é a base econômica do processo de acumulação capitalista.
Superestrutura por sua vez, são os níveis de dominação ideológica que a classe dominante tem sobre a classe dominada. Esta surge sobre, e a partir da infraestrutura, em síntese, é o modo como a burguesia domina ideologicamente o proletariado. Por exemplo, a religião a justiça, política e o próprio conceito de Estado. Seguindo esta linha de raciocínio, o Estado, segundo Marx, só nasce para legitimar a burguesia como classe dominante.
Com o fim do feudalismo, nasce os Estados, e no mesmo tempo, surge a burguesia, logo, o marxismo aponta para o fato de que o Estado surge com e pelos burgueses. E deste modo o Estado só existe para organizar a dominação anteriormente citada, logo, o Estado também é resultado da dominação burguesa.
Assim entramos no conceito de alienação, ligado ao internacionalismo proletário. Segundo a teoria marxista, os operários, não tem pátria, os operários do mundo todo, são abordados como iguais independentemente de nação, isto é, todos os operários, toda a classe dominada, estão alocados na mesma condição de alienados, uma vez que até o conceito de Estado, de nação é uma criação burguesa para que o proletariado alienado, se integre aos conflitos interestatais burgueses, ao invés de se aliar aos operários de outros Estados para mudar este paradigma. Mas ao contrário, ele passa a ver o outro operário, integrante de outra nação, muitas vezes, como um inimigo, firmando ainda mais sua dominação.
Logo o Estado se torna mais um elemento ideológico para alienar o trabalhador de sua real condição de explorado. O mesmo acontece com o conceito de religião, política e cultura. Apesar de termos explicado apenas a alienação no conceito “Estado”, todos estes outros pontos seguem esta mesma lógica.
            Como esperado de qualquer alienado, vamos aqui questionar esse conceito de alienação. Como dito acima, os conceitos de nacionalidade, cultura e outros fatores sociais são criação pura da classe dominante para dominar a classe cominada, uma criação intencional para essa finalidade, ou seja, se dá a entender que um grupo em algum momento parou para escolher quais elementos induzir à ideia social de seus dominados para que sejam alienados com sucesso e permaneçam assim. E só de escrever isso a ideia já parece absurda, ignorando qualquer estudo antropológico de formação cultural (que seria também facilmente rotulado como uma ferramenta da alienação, assim como os teóricos da conspiração fazem), é um pensamento “fora da caixa” que chega a sair de uma segunda caixa.
            A cultura e elementos sociais, incluindo noção de nacionalidade, é algo vivo que nasce e morre com as gerações que passam pela Terra, assim como as línguas que se modificam organicamente com o passar das décadas, assim é a cultura e a construção social que nos cerca. E se for pra haver uma alienação, pois não negamos sua existência completamente, ela nada mais que é a famosa construção social, e os próprios “alienadores” são vítimas de sua própria alienação, impossível assim de ser somente uma ferramenta de cominação de uma classe sobre outra. O cérebro humano torna improvável que um grupo dominante permaneça incutindo ideias falsas sem acreditar nelas para fins de manter sua dominação, pois como o próprio Marx sendo seguidor de Hegel acredita, a dialética histórica mantém a roda da história girando e se modificando, então não há um momento para ser identificado na história da humanidade em que alguém parou para planejar de maneira consciente como a cultura de um grupo se manifestaria para benefício de uns e esta se mantém até hoje como se existisse uma ordem burguesa mundial controlando absolutamente tudo que acontece no mundo. A humanidade é maior que o grupo que a comanda e a cultura é formada por todos que vivem, estamos falando de algo maior do que aqueles que em teoria comandam poderia comandar.
Poderíamos continuar discorrendo e argumentando sobre a improbabilidade do conceito marxista de alienação ser real num ponto de vista das RI, mas como já dissemos, são somente palavras alienadas negando a alienação.

Giovanna Bertolaccini
Rodrigo D'Avila

Marxismo

Marx tem como tese principal a questão da luta de classes, onde há um embate entre burguesia e proletariado. O capitalismo entra como meio da burguesia explorar o proletariado de forma desigual e na questão da mais-valia (lucro). O proletariado percebe sua desvantagem e assim se reúne a fim de revolucionar esse sistema desigual sendo o resultado dessa revolução o socialismo. O socialismo tem como premissa uma propriedade cooperativa dos meios de produção, assim todos seriam igualmente contemplados. A evolução do sistema socialista seria o comunismo, nele a sociedade seria apátrida e sem classes. 

Vitória Nicolau, Camila Assunção

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A contribuição marxista para o estudo das relações internacionais

A princípio, Marx não desenvolveu um conceito concreto de nação e da dúvida sobre a existência ou não de uma teoria do Estado. Marx não produziu uma teoria específica de relações internacionais, já que os conceitos de nação e de Estado são primordiais em grande parte das teorias dominantes das relações internacionais, principalmente a teoria realista. Contudo, a teoria marxista é capaz de compreender a complexidade das relações internacionais.

As teorias marxistas de relações internacionais apresentam caráter intensamente normativo, enfatizando as relações de produção e as funções desempenhadas pelas classes sociais constituem pontos estruturais. 
Os autores marxistas apresentam por um lado, a preocupação com a incorporação da dimensão histórica para a compreensão dos acontecimentos empíricos e, possuem consciência de que é impossível se obter uma ciência neutra. Por outro lado, o pensamento gira em torno da economia política como fator decisivo para o entendimento das relações internacionais e a atuação dos atores no sistema internacional.
Marx divide a sociedade capitalista em duas partes, Infraestrutura e Superestrutura. A Superestrutura são os níveis de dominação ideológica, ou seja, nela está inserida política, religião, cultura, etc. A Infraestrutura pode ser considerada a base real da estrutura capitalista, ela é a relação de produção mais os meios materiais de produção, sendo assim o Estado se ergue através da detenção do meio de produção (burguês capitalista), caso o Estado venha mudar seu modo de produção (economia), ou seja, sua Infraestrutura, consequentemente a superestrutura também vai mudar, pois é a economia que influência os outro meios da vida como política, religião.
Sendo assim, Marx alega que o sentimento de nação é uma criação da burguesia para os proletários continuarem sendo oprimidos, pois eles através desse sentimento aderem as brigas burguesas, então os proletários continuam trabalhando para gerar a mais valia, lucro, e não recebem pelo tanto que trabalham, ou melhor, não recebem pelo tanto que produzem. Através disso, se o capital não regesse o mundo, e cada pessoa fizesse o que realmente gosta (meio de produção), isso seria o suficiente para a sobrevivência de todos, pois cada um desenvolveria um trabalho, produziria e receberia pelo tanto que produz.
Desta forma, o capital e o proletariado se tornam os atores e a temática principal na teoria de relações internacionais. É importante frisar que a teoria marxista é anti-imperialista, ou seja, trazendo-a para a estrutura internacional, ela promove uma grande transformação. Uma teoria de independência tenta construir um Estado que se torne instrumento do proletariado, visando uma nação independente, igualitária e economicamente autônoma, para que desta forma possa ocorrer a implementação do socialismo. No entanto, essa construção não tem caráter socialista, mas sim nacionalista. 

Fernanda Oliveira, Gabriel Santana e Gabriela Sales

As principais críticas à Teoria Marxista

A teoria marxista é uma das mais conhecidas teorias econômicas ao redor do mundo e que tem muitos adeptos, chegando a se tornar uma corrente ideológica. Nos últimos anos no Brasil ganhou ainda mais força, ao mesmo tempo em que também ganhou muitos críticos. 
Ludwig von Mises é um dos principais críticos do marxismo, muito pouco estudado no Brasil. Economista austríaco, refutou as bases da teoria marxista, como a questão da luta de classes. De acordo com Marx, cada sistema social é caracterizado por diferentes conflitos de classe. No caso do capitalismo, seria a luta entre burguesia x proletariado. Porém, como o próprio Marx diz, cada classe elabora teorias para sua própria defesa, de forma ideológica. Sendo assim, a teoria marxista, que tinha como objetivo explicar para a classe operária o quanto eles eram oprimidos, já não nasce de forma ideológica? Sua busca pela verdade já não nasce comprometida? Ainda de acordo com Mises, a razão é a principal ferramenta de qualquer pessoa contra o erro, sendo razão um procedimento lógico de validade universal. A partir do momento que a “razão” se subordina a alguma outra coisa, como o interesse de uma classe, ela já está comprometida. 
Além da questão da luta de classes, outro pilar da teoria marxista está nas forças de produção. Segundo Marx, as forças de produção de uma sociedade tendem a buscar o desenvolvimento, exigindo mudanças nas relações de produção (ou seja, no sistema econômico e social que existe em determinada sociedade), o que fez com que o feudalismo deixasse de ser o mais eficiente e passasse para o capitalismo, até o momento em que o capitalismo deixará de existir em favor do socialismo. Entretanto, como explica Mises, esses são conceitos abstratos. 
Quem tem o poder de agir são os seres humanos, sendo assim, são os seres humanos que criam por seus próprios atos as forças de produção, ao invés de serem as forças de produção que determinam esses atos. Logo, a transição de um sistema econômico para outro não é inevitável, ela depende da ação humana. 
Para Marx, o socialismo seria o ideal, que mais uma vez Mises provou ser impossível de acontecer: dada uma lista de bens a serem produzidos — sejam aqueles desejados pelos membros da sociedade (os consumidores) ou aqueles planejados por um ditador — qualquer economia desenvolvida precisa ter uma maneira de decidir como empregar seus recursos da melhor maneira possível para produzir os bens desejados. No capitalismo, os recursos que existem são propriedades dos indivíduos, que irão comercializá-los no mercado, precificando os bens de produção de acordo com a eficiência com que estes podem ser utilizados para atender os desejos dos consumidores. Já no socialismo, que por definição é uma economia centralizada, sendo seus principais meios de produção “públicos”, não tem como decidir qual é a maneira mais eficiente de se utilizar os recursos necessários para a produção de um determinado bem, por não haver um livre sistema de preços. Logo, é impossível haver uma economia planejada. 
Uma outra questão criticada por diversos economistas é em relação à exploração pelo chamado burguês do operário. De forma sucinta, um operário trabalharia 12 horas para receber o equivalente a 6 horas e o restante seria o lucro do patrão. Uma tese que vem ganhando força é a seguinte: ao contrário do que diz a teoria marxista, os produtores principais dos produtos manufaturados não são os operários, e sim os patrões. Os empregados podem ser descritos como "os auxiliares" na produção dos produtos do patrão. Os lucros do capitalista não representam uma dedução daquele valor que, segundo Marx, pertence por direito aos trabalhadores na forma de salários.  Os lucros representam aquilo que o capitalista ganhou em decorrência principalmente de seu trabalho intelectual, de seu planejamento e de suas decisões.  O capitalista produz um produto próprio, embora utilize a ajuda de terceiros cuja mão-de-obra ele emprega com o propósito de implementar seus planos e consequentemente produzir seus produtos.
Para Marx, se os capitalistas exploradores deixassem de existir e consequentemente a circulação capitalista desaparecesse, as pessoas, sem ter com o que gastar seu dinheiro produziriam materiais, que venderiam em troca de dinheiro para comprar mais materiais, e assim por diante, e assim tudo seria o salário justo, não havendo lucro.
Porém, o que muitos economistas analisam é que na verdade nessa equação não haveria os custos de produção (incluindo o salário), sendo tudo lucro: “Seria um mundo em que os gastos com materiais — utilizando-se dinheiro obtido com a venda de outros materiais — constituiriam receitas para os vendedores destes materiais.  E estes vendedores, dado que eles não tiveram nenhum gasto anterior para obter os materiais que estão vendendo, não teriam de computar nenhum custo de produção em termos monetários.  Eles teriam apenas receitas de venda. Seria, portanto, um mundo em que o trabalho é a única fonte de renda.  Mas um mundo no qual toda a receita auferida pelos indivíduos é um lucro, e não um salário.  Seria um mundo de trabalhadores produzindo produtos primitivos e escassos, pelos quais eles receberiam receitas de venda das quais eles não teriam custos para deduzir.  Sendo assim, estas receitas representariam o lucro total.”- George Reisman. 
Logo, quanto mais capitalista for um sistema econômico, maiores serão os salários e menores os lucros em relação às receitas. Simultaneamente, quanto maior for a produção dos bens, maior a sua oferta, o que diminui seus preços (oferta x demanda), aumentando os salários reais. 
Ainda nas palavras de George Reisman (economista) “Os capitalistas não deduzem seus lucros dos salários dos trabalhadores; os capitalistas são os responsáveis pelo surgimento dos salários.  Por ser um custo de produção, os salários são deduzidos das receitas, as quais, na ausência de capitalistas, representariam o lucro total.  Logo, pode-se dizer que os capitalistas são os responsáveis pelo aumento dos salários em relação aos lucros e pela redução dos lucros em relação aos salários.  Ao mesmo tempo, por meio do aumento na produção e na oferta de produtos, o que leva à redução de seus preços, os capitalistas aumentam o poder de compra dos salários que eles pagam.”
Isso pode ser comprovado com a atual situação de Cuba, que enfrenta diversos problemas de escassez de produtos, proibida de praticar o livre-comércio (embargo econômico americano), justamente como punição à sua ditadura.
Assim, a teoria marxista, apesar de ainda ter muitos adeptos, cada vez mais é alvo de críticas que destroem toda sua base teórica e deixam claro seu aspecto utópico.  

Lizandra Ferrreira

A Teoria Marxista: Marx X Lênin


Embora Marx não tenha estudado diretamente as Relações Internacionais e nem tenha tido como objeto central em suas reflexões o Estado, ele apresentava a ideia do alcance global do capitalismo e de seu movimento expansionista.

Marx acreditava que o aumento da exploração do trabalhador em diversos países, faria com que a luta de classes se internacionalizasse.  Assim, a organização internacional do proletariado era fundamental para a conquista do poder.

Ao contrário de Marx, Lênin acreditava que a queda do capitalismo estava associada às contradições entre as próprias nações capitalistas (imperialistas). Lênin passa a considerar que a luta de classes no plano internacional, possuía como atores principais os Estados nacionais do sistema internacional, e não mais as classes sociais.

Em sua obra “Imperialismo, estágio superior do capitalismo”,  Lênin aponta que a ocorrência de crises devido à superprodução e à queda das taxas de lucros, vai fazer com que o capitalismo monopolista procure novos mercados. Essa expansão imperialista caracteriza a nova etapa do capitalismo, a qual o autor descreve como uma fase em que se “adquiriu marcada importância a exportação de capitais, começou a partilha do mundo pelos trustes internacionais e terminou a partilha de toda a terra entre os países capitalistas mais importantes”.

Esse fenômeno expansionista irá aumentar a rivalidade entre as potências, já que elas passam a ter como objetivo a conquista da hegemonia e o enfraquecimento dos adversários. Por isso, o imperialismo é visto como uma política violenta, pois quanto mais o capitalismo se espalha, maior a possibilidade de guerra e conflito.

Assim, embora o marxismo não seja muito estudado na disciplina das RIs, é possível destacar contribuições dessa teoria para o desenvolvimento de uma visão crítica das relações internacionais como: a ideia de que a história é formada por contradições relacionadas ao modo de produção da sociedade; os Estados organizam comunidades políticas por meio da ideia de nação, não mais pela raça ou etnia; etc.

Marina Reis de Oliveira

Marx: Infraestrutura e Superestrutura



O "motor" para Marx sempre foi a luta de classes, inclusive, no livro "Manifesto do Partido Comunista", de Karl Marx e Friedrich Engels, começa falando a história de todas as sociedades que existiram até hoje, ou seja, nos diversos períodos, por exemplo, no império romano, nós tínhamos a relação entre os romanos e os escravos com a luta de classes. 

No caso da produção capitalista, Marx vai aprofundar a luta entre duas classes: burguesia e proletariado. A burguesia já foi uma classe revolucionária no período de transição do modo de produção capitalista, e foi fundamental para a derrubada da aristocracia e do absolutismo monárquico. Quando a burguesia consegue poder, forma uma classe reacionária (associado aos indivíduos que defendem uma manutenção do "status quo" político e social), e com isso, nós temos um tipo reacionário de política por parte da burguesia para manter o poder. Com o surgimento dessa moderna sociedade burguesa, nós temos o estabelecimento de novas classes e novas condições de repressão, que geram lutas da burguesia com o proletariado.

O burguês é aquele que detém os meios de produção, ou seja, todos os instrumentos necessários no qual ele vai alugar para o proletário, vai vender sua força de trabalho e produzir o produto. Aquele que detém os meios de produção é o burguês. Por exemplo, se você vende sua força de trabalho para quem tem os meios de produção em troca de uma remuneração mensal, você está sendo o proletário. O burguês como paga o salário para o proletariado, o mesmo vai retirar primeiro a mais-valia, o lucro, e depois vai remunerar o seu funcionário, normalmente o mínimo necessário para garantir sua subsistência.

Marx cita no "Manifesto do Partido Comunista", que tudo aquilo que é produzido pelo proletariado, pela pessoa que vende sua força de trabalho, é ele que deveria pertencer. Se você trabalha e não depende dos meios de produção, não importa no que você gasta o salário.

Para Marx, a análise dos processos de transformação histórica das sociedades aponta a economia como determinante em última instância dos grandes fenômenos sociais, uma vez que é por meio dela que se definem as classes sociais e as formas de dominação de classe.

O marxismo deixa uma perspectiva das relações internacionais que são os conceitos de SUPERESTRUTURA e INFRAESTRUTURA. Para a teoria marxista é a base de todas as relações de produção.



A base é na qual se assenta a sociedade capitalista que os marxistas vão chamar de infraestrutura, na qual vai definir, segurar, toda sociedade. A infraestrutura é as relações materiais de produção: forças econômicas de uma sociedade (fundações, alicerces). Refere-se a base material das relações de produção entre proprietário e proletariado. 

A superestrutura são todos os meios utilizados para a dominação ideológica da burguesia, ou seja, a política, a religião, a cultura, a educação, etc...É o espaço onde se dão as relações não-econômicas - ideias, costumes, instituições (edifício). Toda a produção humana que não tem forma material e é imprescindível ao funcionamento da sociedade. A superestrutura é a forma de dominação no sentido ideológico e institucional.

Marx diz que essa superestrutura, nossa vida social, política e espiritual, acaba se encontrando nesse nível superestrutural que surge sobre a infraestrutura. Podemos definir a superestrutura da seguinte forma: são os níveis de dominação ideológica da classe dominante, no caso a burguesia, que vai dominar as relações de produção, as relações superestruturais. 

O que consistem os bens materiais de produção são a burguesia e o proletário. Nessa base ocorre todas as relações de trabalho no processo de acumulação do sistema capitalista. Para Marx, o modo de produção da vida material, é o que condiciona o processo da vida social. Então, a economia depende de todos os outros níveis da vida, tanto a política, quanto a sociologia. Tudo se assenta nessa base infraestrutural de relações de produção.

O modo de produção da vida material é o que condiciona o processo da vida social e política espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser mais inversamente, mas é o seu ser social que determina a sua consciência.


Bárbara Menezes de Almeida

domingo, 18 de setembro de 2016

Debate entre materialismo e idealismo

O construtivismo tem como objetivo identificar qual o papel das ideias no contexto social, observando como as ideias influenciam na sociedade e como isso ocorre.
Como resposta, o construtivismo afirma que as questões materiais na maioria das vezes são funções de ideias, constituindo a base material do sistema.
O que interessa de fato, é entender como as ideias influenciam a forma que as identidades são constituídas ou reproduzidas e como os atores definem seus interesses de acordo com suas identidades, para demonstrar isso, Wendt diz que tanto o materialismo quanto o idealismo reconhecem o papel das ideias, mas que não não concordam em relação ao efeito dessas na vida social.
Wendt entende que uma teoria é materialista quando os efeitos são explicados pela força material ''bruta'', já os idealistas entendem os fatos mais importantes sobre a sociedade são a natureza e a estrutura da consciência social, que é entendida como distribuição de ideias ou conhecimento, ou seja, isso significa que o sentido de poder e o conteúdo dos interesses são na sua maioria, funções de ideias.
Para ser possível entender melhor o papel das ideias Wendt divide dois tipos de relações e efeitos: casuais e constituitivos. A teoria casual tem como objetivo explicar porque x causa y, ou seja, essa casualidade implica que x e y existam independentemente um do outro. Trata-se de saber por que determinado evento ocorreu.
A explicação constituitiva, ao contrário da casual tem como objetivo entender como determinado evento foi possível. Dessa forma, o objetivo dessa explicação é diferente, pois ele tenta entender a propriedade dos eventos fazendo referência as estruturas em virtude das quais o evento ocorreu.



                                                                                              Matheus Medeiros, Hadassa Mussi



Teoria construtivista de Wendt

Adrielli Santos, Victória Parracho

O trabalho de Wendt é mostrar que o Poder e o Interesse não ocorrem apenas por fatores materiais, mas sim por fatores ideacionais, culturais as ideias.
A teoria de Wendt vai critica o neorrealismo de Waltz e vai dizer que ele não consegue explicar as mudanças do Sistema Internacionais. A Principal falha de Waltz é dizer que a anarquia é algo dado e o fato denão considera a socialização social entre os Estados. Anarquia vaimuda independente dos atores ou vontades, por esse motivo não é possível dizer que a anarquia é algo dado, a anarquia existe, porém ela não é algo real, ela será aquilo que os estados querem que ela seja.
Wendt dirá que os estados agem por interesse, mas que esses interesses são baseados na crença. Portanto, as relações não se basearam apenas no interesse, mas sim nas crenças dos Estados, essas crenças buscam respostas nas culturas e historias dos estados. Apartir do conhecimento possuído sobre a cultura e historia do estado, será mais fácil de lidar com ele Internacionalmente e com sua politica externa. Wendt vai considerar o interessa algo mutável que sempre muda, porém esse interesse não será o mesmo ao longo do tempo, por isso não é fixo. Ele não descarta que os estados agem por interesse e pelo poder, mas ele não vai desconsiderar as ideias, E que o interesse irá depender da ideologia de cada estado.
Os fatores matérias não perderam importância, continuam sendo importantes na composição de interesse são eles: Distribuição de capacidade matérias, Composição de capacidade matériase recursos gráficos e naturais. São considerados os três mais importantes.
Devemos analisar o interesse de um estado através das ideias (da cultura de um estado). Outro ponto muito importante é quandoele diz que os interesses são construídos, primeiro pelo desejo = que surge pelo interesse, adicionado pelas crenças = idéias (cultura) levando ao resultado final que levaria a ação.
Por Fim, Wendt mencionara cinco necessidades matérias, e diz que os Estados devem cumprir são elas:
  1. Segurança Física: Principal segurança que os estados devem cumprir para proteção da vida humana, com comida, água, lugar para morar. 
  2. Segurança Ontológica: Fazer com que o Estado supra a segurança a vida, expectativas estáveis, direito a educação, saneamento básico por exemplo: Direitos Humanos.
  3. Sociabilização: Contando uns com os outros.
  4. Auto-estima: O estado deve providenciar meios para que as pessoas se sintam bem consigo mesmo.
  5. Transcendência: Acesso a coisas imateriais , para aumentar a qualidade de vida . Por exemplo: ir à praia, ao shopping etc.

As pessoas irão agir como elas agem pelo não cumprimento dessas necessidades pelo Estado. Um exemplo é que quando sentimos sintomas de ansiedade, nervoso etc, quer dizer que essas cinco necessidades não estão sendo cumpridas.


construtivismo como teoria das relações internacionais

Por Matoso, e os gêmeos Albarracin.

A abordagem da sociedade internacional pode ser feita desde distintas analises, nesta ocasião sera apresentada desde um modelo teórico das relações internacionais que surgio no final do seculo XX, é o construtivismo, que ao igual que outras teorias das R.I se basa nas tematicas sociais de relações entre agentes, procesos estruturais e sociais.

Segundo Alexander Wendt, considerado como um construtivista, a politica internacional é construida pelos seguintes fatores, condições materias, interesses e ideias, ele tenta interpretar a relidade desde uma perspectiva de um processo que é mais complexo  do que foi aprecentado pelo neorrealista waltz, é mediante a interação reciproca que se criam e se representam as estruturas socias com as quais definimos nossas identidades e interesses.

Um principio fundamental desta teoría construtivista é que as pessoas e atores se relacionam por meio dos objetos, segundo o significado que o objeto tem para eles. Os estados atuam de uma maneira com seus amigos e de outra muito distinta com seus inimigos porque os enemigos representan uma ameaça e os amigos não, de acordo com isso podemos ver o trato que certos paises tem uns com os outros, exemplo disso é a inamizade existente entre venezuela e EEUU, entre estas duas nações existe muita desconfianza atual e histórica ligada aos interesses econômicos e politicos de cada pais.

Wendt trouxe uma proposta que criou uma ponte entre varias teorias ao criar argumentos sociológicos,  realistas e liberais, reivindicou em parte a ideia liberal sobre as instituições internacionais e seu poder de atuação e transformação.

Uma breve análise acerca do Construtivismo

 A premissa fundamental do construtivismo é a ideia de que o mundo é socialmente construído, e, sendo assim, as relações internacionais seguem pelo mesmo caminho. A teoria construtivista tem muitos autores e muitas divergências entre eles, formando uma série de vertentes, esta análise parte da obra “Teoria social da política internacional” de Alexander Wendt.
   A partir desta obra, Wendt propõe que o poder, os interesses, a anarquia internacional e todos os outros pilares que estruturam as relações internacionais não são construídos apenas nas condições materiais, como antes argumentado por outros autores, como também são construídos a partir de fatores culturais e ideológicos.
   Uma das críticas que Wendt faz a Waltz, autor neorrealista, é exatamente em relação a anarquia internacional. Para Wendt a anarquia não é algo engessado e previamente estruturado como argumentado por Waltz. A anarquia internacional é o que os Estados fazem dela, é resultado da percepção que cada Estado possui em relação a ela. No caso, para um país desenvolvido, com grande poderio e influência no cenário internacional, a anarquia, por não possuir um mediador acima dos Estados, favorece que este permaneça em seu status, mas já no caso dos países em desenvolvimento, que almejam aumentar sua influência, ou aqueles de características imperialistas, a anarquia proporciona a eles a oportunidade de alcançar estes objetivos, também por não possuir um mediador acima dos Estados que os contenha.
   Assim como na análise sobre a anarquia, Wendt e o construtivismo, abordam que os Estados agem por interesse, assim como afirmado pelos realistas e neorrealistas, no entanto, estes interesses são baseados em crenças, isto é, fatores culturais e históricos aos quais acreditam. Sendo assim, as relações entre Estados são baseadas nas concepções culturais que estes Estados e povos possuem, bem como na relação histórica entre estes Estados. Por exemplo, a relação entre Estados Unidos e Rússia, ainda que a guerra fria tenha encontrado seu fim a muitos anos, é, e provavelmente sempre será, cercada pelas concepções culturais, formada por fatores históricos, que um país tem do outro. Assim também aconteceu com as relações entre os nativos americanos e os colonizadores espanhóis ao chegarem a América. As concepções culturais de interesses eram diferentes entre as duas civilizações.
   Por outro lado, Wendt não descarta o fato de que os fatores materiais são importantes na composição destes interesses, e das relações entre os Estados. A distribuição e composição dos fatores materiais, sejam eles poderio militar, condições geográficas, fatores econômicos ou tecnológicos, são igualmente importantes em relação a ideologia de cada estado (ideologia formada pelos fatores culturais, históricos e crenças, como dito anteriormente).
   A partir destas prévias explicações, Wendt chega ao que ele chama de: Os três elementos estruturantes da teoria social. A combinação entre estres três elementos igualmente importantes é o que forma o comportamento dos Estados. São eles, condições materiais, interesses e ideias. Exemplificando novamente, podemos citar o Canadá. Se analisado pela ótica realista, e neorrealista, por ele possuir poderio militar, acesso à tecnologia avançada e grandes recursos econômicos, ele se tornaria potencialmente, um país conflituoso e imperialista. Em contrapartida, o Canadá é um país culturalmente pacífico, o que também é uma verdade em seu comportamento internacional. O que serve de argumento mais uma vez para provar que as ações dos Estados só podem ser analisadas certamente, se levando em conta os três fatores.
   Continuando na análise de Wendt em que o mundo é socialmente construído, ele preocupa-se em especificar como a cultura age no debate entre agente (Estados) e estrutura (o sistema internacional e a anarquia). Segundo o mesmo, a cultura que cada Estado possui, formula a crença dos mesmos e molda o comportamento destes em relação a outros Estados. Como exemplo, podemos citar a Argentina na guerra para a anexação das ilhas Malvinas, que não levou em consideração o poderio militar superior da Inglaterra, mas apenas a crença adquirida culturalmente que aquele território o pertencia.
   A relação entre recursos materiais e como utilizá-lo também é fortemente abordada pelo construtivismo de Waltz. Segundo o mesmo, cada Estado usa seus recursos naturais, escassos ou em abundância, segundo o que aqueles recursos materiais representam para eles. Assim sendo, as questões ideológicas e culturais ficam claras novamente em relação ao poder e interesse.
   Por fim, as crenças em que escolhemos acreditar tornam-se verdades para nós, e com os Estados e suas relações não é diferente. O construtivismo é uma teoria que vem mostrar, que por trás de todos os grandes conceitos que regem as relações internacionais, e que são abordadas por todas as outras teorias como sendo resultado único e exclusivos de recursos materiais, são na verdade baseados em questões ideológicas e culturais.
    Wendt mostra como as verdades absolutas na sociedade internacional são forjadas a partir da cultura dos países, e que cada país e povo possui suas culturas específicas, logo, estas verdades absolutas, de um modo ou de outro não são a representação verdadeira das crenças de todos os países, apesar de servir como uma máxima em que todos eles devem seguir e acreditar.

Giovanna Bertolaccini
Rodrigo D'Avila


Resumo sobre o Construtivismo de Wendt

   O construtivismo surge no cenário pós Guerra Fria (1989) com a premissa fundamental de que o mundo é socialmente construído. Está inserido no Quarto Debate das RIs e é considerado um meio termo entre o positivismo, racionalismo, materialismo e o pós-positivismo, reflexivismo, idealismo. 
   Um dos fundadores do construtivismo é Alexander Wendt com o artigo Anarchy is What States Make of It (1992). Pode-se dizer que Wendt é idealista, porém com uma abordagem que aceita as ideias como necessárias para as relações internacionais. 
   Em 1999 Wendt escreve a Teoria Social da Política Internacional, que surge em tentativa de responder Waltz e fazer uma crítica ao neorrealismo. Na obra, Wendt faz uma crítica dizendo que não são apenas os fatores materiais que motivam o significado de poder e interesses, mas também as ideias. Porém, isso não significa que os fatores materiais não são importantes, tanto que o autor enumera 3 fatores materiais importantes na composição dos interesses: a distribuição de capacidades materiais, a composição das capacidades materiais e os recursos geográficos e naturais. 
   A crítica de Wendt à Waltz e a teoria neorrealista se diz respeito nas questões de socialização e anarquia. Ele diz que a socialização não existe no neorrealismo porque eles acreditam que todos os Estados buscam as mesmas coisas e assim agem em direção à essas coisas e em relação à anarquia, Wendt diz que ela existe mas não esteve sempre presente, pois seu significado depende da vontade dos estados, portanto, seu significado muda de acordo com os atores e suas vontades, o que não faz da anarquia algo dado. 
   A proposta de Wendt é de que os Estados agem por interesses baseados em crenças e a cultura e história são fatores importantes para entender a relação entre os Estados. Um exemplo disso é a invasão dos espanhóis sobre os astecas. Os astecas acharam que os espanhóis eram deuses por conta de sua crença da profecia do grande deus asteca que retornaria, e os espanhóis achavam-se superiores àquele povo por conta de sua ideologia. Assim, a visão que cada um tem do outro influencia em como será a relação entre os mesmos e conhecer a visão do outro facilita a relação, portanto, deve-se construir uma aparência baseada não só no que você acha que é, mas também na visão que os outros têm de você. Outra proposta de Wendt é de que os interesses são mutáveis pois eles mudam ao longo da história, e a noção de interesse também. 
   Wendt estabelece os três elementos estruturantes da teoria social: condições materiais, interesses e ideias. Deve-se sempre levar esses três elementos em pé de igualdade, por exemplo, o Canadá tem território, tecnologia, etc, mas não é intervencionista pois é ideologicamente pacífico e multicultural. 
   E, por fim (deste resumo), Wendt lista suas cinco necessidades materiais: segurança física (comida, água, moradia), segurança ontológica (expectativas), sociabilização (Estado deve garantir), autoestima (Estado deve propiciar meios da população se sentir bem) e transcendência (necessidade de evolução além das necessidades materiais). Assim, Wendt diz que quando temos medo, frustração ou ansiedade é porque uma dessas necessidades não foi atingida e também que a sociedade age como age por conta do não cumprimento dessas necessidades e o comportamento é moldado pela sociedade.


Maria Clara Campbell
Raquel Sant'Anna de Almeida

sábado, 17 de setembro de 2016

Coreia do Sul: efeito constitutivo e seu conhecimento privado musical

Por Alinne, Letícia e Vitor.

O construtivismo explica os efeitos culturais que a Guerra da Coreia causou.



Para início de conversa, é interessante explicar que a Península Coreana já foi apenas um país e que foi dividido no Paralelo 38º por conta da Guerra Fria, que a separou em duas nações com base nas ideologias que guerrilhavam. É bom também ressaltar que o sul, que será tratado neste texto, foi dominado pelo lado capitalista e hoje é uma potência mundial.
                Com uma pequena introdução histórica, temos então um país que sofreu um efeito causal e constitutivo após a guerra, e que tem uma memória coletiva recente e financiada por uma ideologia na construção de sua identidade, tanto política, como social, econômica e cultural. Tendo isso, agora vamos as próximas apresentações.
                Apesar de não ser do conhecimento geral, a Coreia do Sul tem um forte investimento na indústria do entretenimento que vem cada vez mais vem se desenvolvendo e rendendo bons frutos econômicos para seu crescimento, e com isso, temos um país que quer exportar mais seu conhecimento privado, que nada mais é que um resultado da soma de crenças que derivam de uma história de influências culturais e de uma bipolaridade mundial. Sabendo tais informações, apresento agora a Onda Hallyu.
                Para quem ainda não conhece, a Onda Hallyu é o nome dado aos “produtos” (música, cinema, novelas, etc) coreanos desde de 1990 e que estão cada vez mais populares no mundo. Um dos produtos mais conhecidos hoje é o K-POP que basicamente é o POP feito na Coreia (em inglês, Korea).
                O mercado de música coreana, K-POP, é mais que uma demonstração do que é o capitalismo financiado pelo país que ajudou a construir o conhecimento privado deles e isso reflete na forma como os artistas e suas vendas musicais são tratadas. Tudo acontece rapidamente. No conhecimento privado deles, há todo um cuidado na hora de produzir um artista para que ele esteja preparado para atender a demanda e para que suas músicas lucrem, caso contrário, ele será descartado como se não fosse nada. Ser artista é um investimento extremamente sério e que só terá validade se houver um caráter material, ou seja, uma empresa que possa impulsionar para as produções e vendas.


Vale lembrar que é escancarado como eles produzem até esteticamente as pessoas, afinal, culturalmente falando, beleza também é talento e isso vem sendo um processo social cada vez maior na Coreia. Afinal de contas, os grandes artistas são financiados até para serem pacientes das grandes clínicas de cirurgia plástica que colocam suas propagandas nos metrôs para quem tiver interesse. Mas isso é parte do conhecimento privado de uma Coreia que não divulga sua necessidade de cirurgia para alcançar sua beleza. O que nós vemos é apenas resultado a soma de ideias, condições materiais e interesses.
Apesar da Onda Hally ser deles, (Hallyu significa “fluxo da Coreia” em chinês) ainda é possível ver o conhecimento compartilhado da cultura ocidental, talvez em foque na americana, em sua essência. Vamos aos exemplos.


O “remake” é uma forma comum de fazer uma música e isso não impede um artista de fazer sucesso e lucrar com uma música reformada. Muito pelo contrário, visto que vários hits nada mais são que músicas americanas adaptadas e coreografadas, como é comum em sua cultura. Mas antes que ache que a música coreana vive de plágio, é interessante lembrar que as empresas, a capacidade material deles, trata de toda a parte legal da música. E falando em capacidade material, a tecnologia se destaca cada vez mais na divulgação de tudo isso.



Provavelmente, todos já ouviram falar do PSY, mesmo que em seu país de origem o Oppa com estilo de Gangnam não seja, nem de longe, o artista número 1. Falando nisso, talvez você queira saber que Oppa nada mais é que um pronome de tratamento que mulheres usam para chamar um homem próximo que seja mais velho que elas, vale para irmão mais velho, amigo e até namorado. Não é como se viesse com uma nota de rodapé, a música virou hit por ser a famosa “farofa” que todos os artistas tentam alcançar desde o estouro de Gee no ano de 2010.


Apesar disso, nem todos os artistas coreanos conseguem a glória de ter sua música chiclete fazendo sucesso mundial, mesmo que todos tentem constantemente e façam esforço para isso. Em 2011, por exemplo, o grupo número 1 da nação, Girls’ Generation, tentou levar um de seus maiores sucessos aos Estados Unidos e apesar de um sucesso marginal, a música não foi o suficiente para que sua empresa continuasse investindo no país que semeou tal maximização de lucros.  



Acredito que o soft power coreano tem grande potencial para um dia ser considerado e lembrado como marco na Ásia, mas ainda há uma grande evolução para que alcance tal feito. É difícil imaginar que um dia chegue aos pés de sua maior influência, mas é impossível não lembrar de sua origem. Afinal de contas, uma ideologia fez parte da construção de sua identidade cultural que vem ganhando uma força econômica cada vez maior.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Introdução ao Construtivismo

Refeito...     
     O construtivismo surge pela primeira vez nos estudos das Relações Internacionais em 1989, no cenário pós Guerra Fria, com a publicação do livro de Nichlas Onuf e no artigo de 1992 por Alexandre Wendt. O objetivo era mostrar o fundamento do construtivismo como destacar sua premissa básica, ou seja, vivemos em um mundo que construímos, no qual somos os principais protagonistas, por sermos nós mesmos a construí-lo. O foco do construtivismo está na construção social da política internacional. Pressupõe que a política internacional será abordada por um viés social (aquilo de que o Mundo é socialmente construído). Na base do argumento construtivista está a ideia de que a realidade é ‘socialmente construída’; as estruturas são definidas, principalmente, por ideias compartilhadas, e não apenas por forças materiais. Isso significa que as ideias e normas têm um papel fundamental tanto na constituição da realidade e dos agentes, quanto na definição de identidades e interesses. Para Wendt, os Estados agem por interesses, porém estes interesses são baseados em crenças; a cultura e a história como fatores importantes para entender a relação entre Estados.
     Uma das grandes questões que o construtivismo tenta responder, se refere ao papel das ideias na vida social. Pelo construtivismo as questões materiais são, em grande parte, função de ideias. Nesse sentido, ideias constituem a base material do sistema; o fator fundamental na política internacional é a distribuição de ideias nesse sistema. Wendt apresenta o debate entre materialismo, idealismo e interesses. Esses três elementos são estruturantes na teoria social, pois para entendermos e analisarmos a ação dos Estados, como eles se comportam e reagem, precisa-se levar em conta esses três elementos.
     O argumento materialista se baseia na premissa de que “o fato mais importante sobre a sociedade é a natureza e organização das forças materiais.” Ou seja, para Wendt, uma teoria é materialista quando os efeitos do poder, dos interesses dos atores ou das instituições são explicados pelas forças materiais ‘brutas’; violência. Wendt distingue dois tipos de relações e efeitos: causais e constitutivos. Uma teoria causal explicaria por que X causa Y, ou seja, essa causalidade implica que essas variáveis existem independentemente um do outro.

Bárbara Menezes de Almeida - 4º semestre de Relações Internacionais