sábado, 17 de setembro de 2016

Coreia do Sul: efeito constitutivo e seu conhecimento privado musical

Por Alinne, Letícia e Vitor.

O construtivismo explica os efeitos culturais que a Guerra da Coreia causou.



Para início de conversa, é interessante explicar que a Península Coreana já foi apenas um país e que foi dividido no Paralelo 38º por conta da Guerra Fria, que a separou em duas nações com base nas ideologias que guerrilhavam. É bom também ressaltar que o sul, que será tratado neste texto, foi dominado pelo lado capitalista e hoje é uma potência mundial.
                Com uma pequena introdução histórica, temos então um país que sofreu um efeito causal e constitutivo após a guerra, e que tem uma memória coletiva recente e financiada por uma ideologia na construção de sua identidade, tanto política, como social, econômica e cultural. Tendo isso, agora vamos as próximas apresentações.
                Apesar de não ser do conhecimento geral, a Coreia do Sul tem um forte investimento na indústria do entretenimento que vem cada vez mais vem se desenvolvendo e rendendo bons frutos econômicos para seu crescimento, e com isso, temos um país que quer exportar mais seu conhecimento privado, que nada mais é que um resultado da soma de crenças que derivam de uma história de influências culturais e de uma bipolaridade mundial. Sabendo tais informações, apresento agora a Onda Hallyu.
                Para quem ainda não conhece, a Onda Hallyu é o nome dado aos “produtos” (música, cinema, novelas, etc) coreanos desde de 1990 e que estão cada vez mais populares no mundo. Um dos produtos mais conhecidos hoje é o K-POP que basicamente é o POP feito na Coreia (em inglês, Korea).
                O mercado de música coreana, K-POP, é mais que uma demonstração do que é o capitalismo financiado pelo país que ajudou a construir o conhecimento privado deles e isso reflete na forma como os artistas e suas vendas musicais são tratadas. Tudo acontece rapidamente. No conhecimento privado deles, há todo um cuidado na hora de produzir um artista para que ele esteja preparado para atender a demanda e para que suas músicas lucrem, caso contrário, ele será descartado como se não fosse nada. Ser artista é um investimento extremamente sério e que só terá validade se houver um caráter material, ou seja, uma empresa que possa impulsionar para as produções e vendas.


Vale lembrar que é escancarado como eles produzem até esteticamente as pessoas, afinal, culturalmente falando, beleza também é talento e isso vem sendo um processo social cada vez maior na Coreia. Afinal de contas, os grandes artistas são financiados até para serem pacientes das grandes clínicas de cirurgia plástica que colocam suas propagandas nos metrôs para quem tiver interesse. Mas isso é parte do conhecimento privado de uma Coreia que não divulga sua necessidade de cirurgia para alcançar sua beleza. O que nós vemos é apenas resultado a soma de ideias, condições materiais e interesses.
Apesar da Onda Hally ser deles, (Hallyu significa “fluxo da Coreia” em chinês) ainda é possível ver o conhecimento compartilhado da cultura ocidental, talvez em foque na americana, em sua essência. Vamos aos exemplos.


O “remake” é uma forma comum de fazer uma música e isso não impede um artista de fazer sucesso e lucrar com uma música reformada. Muito pelo contrário, visto que vários hits nada mais são que músicas americanas adaptadas e coreografadas, como é comum em sua cultura. Mas antes que ache que a música coreana vive de plágio, é interessante lembrar que as empresas, a capacidade material deles, trata de toda a parte legal da música. E falando em capacidade material, a tecnologia se destaca cada vez mais na divulgação de tudo isso.



Provavelmente, todos já ouviram falar do PSY, mesmo que em seu país de origem o Oppa com estilo de Gangnam não seja, nem de longe, o artista número 1. Falando nisso, talvez você queira saber que Oppa nada mais é que um pronome de tratamento que mulheres usam para chamar um homem próximo que seja mais velho que elas, vale para irmão mais velho, amigo e até namorado. Não é como se viesse com uma nota de rodapé, a música virou hit por ser a famosa “farofa” que todos os artistas tentam alcançar desde o estouro de Gee no ano de 2010.


Apesar disso, nem todos os artistas coreanos conseguem a glória de ter sua música chiclete fazendo sucesso mundial, mesmo que todos tentem constantemente e façam esforço para isso. Em 2011, por exemplo, o grupo número 1 da nação, Girls’ Generation, tentou levar um de seus maiores sucessos aos Estados Unidos e apesar de um sucesso marginal, a música não foi o suficiente para que sua empresa continuasse investindo no país que semeou tal maximização de lucros.  



Acredito que o soft power coreano tem grande potencial para um dia ser considerado e lembrado como marco na Ásia, mas ainda há uma grande evolução para que alcance tal feito. É difícil imaginar que um dia chegue aos pés de sua maior influência, mas é impossível não lembrar de sua origem. Afinal de contas, uma ideologia fez parte da construção de sua identidade cultural que vem ganhando uma força econômica cada vez maior.

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