A princípio, Marx não desenvolveu um conceito
concreto de nação e da dúvida sobre a existência ou não de uma teoria do
Estado. Marx não produziu uma teoria específica de relações internacionais, já
que os conceitos de nação e de Estado são primordiais em grande parte das
teorias dominantes das relações internacionais, principalmente a teoria
realista. Contudo, a teoria marxista é capaz de compreender a complexidade das
relações internacionais.
As teorias marxistas de relações internacionais
apresentam caráter intensamente normativo, enfatizando as relações de produção
e as funções desempenhadas pelas classes sociais constituem pontos
estruturais.
Os autores marxistas apresentam por um lado, a
preocupação com a incorporação da dimensão histórica para a compreensão dos
acontecimentos empíricos e, possuem consciência de que é impossível se obter
uma ciência neutra. Por outro lado, o pensamento gira em torno da economia
política como fator decisivo para o entendimento das relações internacionais e
a atuação dos atores no sistema internacional.
Marx divide a sociedade capitalista em duas
partes, Infraestrutura e Superestrutura. A Superestrutura são os níveis de
dominação ideológica, ou seja, nela está inserida política, religião, cultura,
etc. A Infraestrutura pode ser considerada a base real da estrutura
capitalista, ela é a relação de produção mais os meios materiais de produção,
sendo assim o Estado se ergue através da detenção do meio de produção (burguês
capitalista), caso o Estado venha mudar seu modo de produção (economia), ou
seja, sua Infraestrutura, consequentemente a superestrutura também vai mudar,
pois é a economia que influência os outro meios da vida como política, religião.
Sendo assim, Marx alega que o sentimento de
nação é uma criação da burguesia para os proletários continuarem sendo
oprimidos, pois eles através desse sentimento aderem as brigas burguesas, então
os proletários continuam trabalhando para gerar a mais valia, lucro, e não
recebem pelo tanto que trabalham, ou melhor, não recebem pelo tanto que
produzem. Através disso, se o capital não regesse o mundo, e cada pessoa
fizesse o que realmente gosta (meio de produção), isso seria o suficiente para
a sobrevivência de todos, pois cada um desenvolveria um trabalho, produziria e receberia
pelo tanto que produz.
Desta forma, o capital e o proletariado se
tornam os atores e a temática principal na teoria de relações internacionais. É
importante frisar que a teoria marxista é anti-imperialista, ou seja,
trazendo-a para a estrutura internacional, ela promove uma grande
transformação. Uma teoria de independência tenta construir um Estado que se
torne instrumento do proletariado, visando uma nação independente, igualitária
e economicamente autônoma, para que desta forma possa ocorrer a implementação do
socialismo. No entanto, essa construção não tem caráter socialista, mas sim
nacionalista.
Fernanda Oliveira, Gabriel Santana e Gabriela Sales
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