O construtivismo surge no cenário pós Guerra Fria (1989) com a premissa fundamental de que o mundo é socialmente construído. Está inserido no Quarto Debate das RIs e é considerado um meio termo entre o positivismo, racionalismo, materialismo e o pós-positivismo, reflexivismo, idealismo.
Um dos fundadores do construtivismo é Alexander Wendt com o artigo Anarchy is What States Make of It (1992). Pode-se dizer que Wendt é idealista, porém com uma abordagem que aceita as ideias como necessárias para as relações internacionais.
Em 1999 Wendt escreve a Teoria Social da Política Internacional, que surge em tentativa de responder Waltz e fazer uma crítica ao neorrealismo. Na obra, Wendt faz uma crítica dizendo que não são apenas os fatores materiais que motivam o significado de poder e interesses, mas também as ideias. Porém, isso não significa que os fatores materiais não são importantes, tanto que o autor enumera 3 fatores materiais importantes na composição dos interesses: a distribuição de capacidades materiais, a composição das capacidades materiais e os recursos geográficos e naturais.
A crítica de Wendt à Waltz e a teoria neorrealista se diz respeito nas questões de socialização e anarquia. Ele diz que a socialização não existe no neorrealismo porque eles acreditam que todos os Estados buscam as mesmas coisas e assim agem em direção à essas coisas e em relação à anarquia, Wendt diz que ela existe mas não esteve sempre presente, pois seu significado depende da vontade dos estados, portanto, seu significado muda de acordo com os atores e suas vontades, o que não faz da anarquia algo dado.
A proposta de Wendt é de que os Estados agem por interesses baseados em crenças e a cultura e história são fatores importantes para entender a relação entre os Estados. Um exemplo disso é a invasão dos espanhóis sobre os astecas. Os astecas acharam que os espanhóis eram deuses por conta de sua crença da profecia do grande deus asteca que retornaria, e os espanhóis achavam-se superiores àquele povo por conta de sua ideologia. Assim, a visão que cada um tem do outro influencia em como será a relação entre os mesmos e conhecer a visão do outro facilita a relação, portanto, deve-se construir uma aparência baseada não só no que você acha que é, mas também na visão que os outros têm de você. Outra proposta de Wendt é de que os interesses são mutáveis pois eles mudam ao longo da história, e a noção de interesse também.
Wendt estabelece os três elementos estruturantes da teoria social: condições materiais, interesses e ideias. Deve-se sempre levar esses três elementos em pé de igualdade, por exemplo, o Canadá tem território, tecnologia, etc, mas não é intervencionista pois é ideologicamente pacífico e multicultural.
E, por fim (deste resumo), Wendt lista suas cinco necessidades materiais: segurança física (comida, água, moradia), segurança ontológica (expectativas), sociabilização (Estado deve garantir), autoestima (Estado deve propiciar meios da população se sentir bem) e transcendência (necessidade de evolução além das necessidades materiais). Assim, Wendt diz que quando temos medo, frustração ou ansiedade é porque uma dessas necessidades não foi atingida e também que a sociedade age como age por conta do não cumprimento dessas necessidades e o comportamento é moldado pela sociedade.
Maria Clara Campbell
Raquel Sant'Anna de Almeida
Poderia me enviar as referências bibliográficas?
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obrigado