segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Resumo Sobre a Teoria do Sistema-Mundo

    A Teoria do Sistema-Mundo é uma teoria das relações internacionais que se centra no estudo do sistema social e suas relações, não só no âmbito doméstico mas internacionalmente, em todo o mundo. O foco dessa teoria é a estrutura e não os agentes, ela busca entender como o meio de produção capitalista funciona por meio de uma abordagem macro e multidisciplinar da história mundial. 
    Esta teoria tem influência dos pensamentos marxistas mas não é necessariamente marxista. Seu principal expoente é Immanuel Wallerstein que faz uma análise marxiana, mas tem como principais inspirações a CEPAL e a Teoria da dependência. Baseando-se na divisão internacional do trabalho, ele vai analisar o porquê de existir tremenda desigualdade entre os países. 
    A tese central da obra de Wallerstein é a divisão do mundo em três níveis, sendo eles, centro, periferia e semiperiferia. Essa divisão existe desde o início do capitalismo ocidental e os países encaixam-se nos níveis de acordo com a função que ocupam no sistema capitalista. Os países do centro são os que possuem a produção de alto valor agregado, os periféricos fornecem commodities e matérias-primas para a produção dos países de centro e também fabricam bens de baixo valor, geralmente em condições precárias. Já os países semiperiféricos possuem um papel intermediário, sendo visto como centro para os países periféricos e como periferia para os países centrais.  
    Esse sistema desigual cria uma dependência entre os países periféricos e os centrais, fazendo com que a periferia necessite de ajuda financeira e humanitária do centro. Daí a aproximação com a Teoria da dependência.  
    Quando se esgota o sistema "quebra" e assim surge outro em seu lugar. O sistema-mundo atual já existe há centenas de anos e possui três características. A primeira é a economia mundial em expansão através de um comércio internacional onde as economias nacionais se relacionam. A segunda é a expansão do sistema interestatal (que ocila entre tempos de rivalidade e tempos de hegemonia) com a criação de novos estados e novas fronteiras e a terceira é a relação do capital-trabalho. 
    Com a expansão do capitalismo ocorre a "periferização" do mundo, por conta das grandes empresas do centro que, para cortar gastos, se estabelecem nas regiões periféricas e assim submetem os produtores locais a homogeneização da produção, que acaba os destruindo.  
    O sistema mundo atual se assemelha dos anteriores por conta da divisão axial do trabalho e do funcionamento de forma cíclica e secular e se diferencia pela acumulação infinita de capital, que é propiciada pelo capitalismo. 
    Existem cinco mecanismos que permitem a acumulação infinita de capital: 
1- a comoditização: terceirização de tudo. Colocar valor monetário não só nos bens necessários, mas também em tarefas simples. 
2- controle do salário: alguns enriquecem e controlam sua riqueza por meio do trabalho assalariado de outras pessoas. 
3- cadeia de commodities: matérias-primas são vendidas aos países do centro que os vendem como produtos manufaturados com valor agregado de volta aos países periféricos e resto do mundo. 
4- intercâmbio desigual entre centro e periferia: as regras que regulam o mercado não existem para garantir a isonomia dos estados. 
5- monopolização do mercado: mercado monopolizado pelas grandes companhias que tem ligação também com a desigualdade entre centro e periferia porque as grandes companhias são naturais dos países do centro. 
    O sistema-mundo em vigor se rompe por conta da história, que é cíclica, e vai evoluindo até chegar nos limites da estrutura, ocasionando uma crise de representatividade do sistema-mundo onde está o tempo de funcionamento disfuncional.

Maria Clara Campbell
Raquel Sant'Anna de Almeida

4 comentários: