terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A cultura como forma de opressão colonialista


O Pós-colonialismo é um tipo de teoria que busca combater a visão dos Estados que atuaram como império durante a expansão colonialista, e que ainda difundem suas ideias de hegemonia no cenário internacional, buscando mostrar os danos do Imperialismo, como, por exemplo, racismo e exploração.
Um dos principais pontos de análise é o uso do saber colonialista como forma de difusão da opressão. Pensando no domínio britânico sobre a Índia, havia a ampla circulação de histórias que buscavam demonstrar a superioridade dos britânicos em relação aos indianos.
Um bom exemplo é a história infantil “The English Girl and Her Ayah”, publicada na terceira edição de uma série de livros chamada Royal School, que circulava na época. Ela conta a história de uma garotinha britânica que se perde na floresta com sua aia indiana; elas acabam sendo encurraladas por um tigre e são salvas pelo pai da criança, que mata o animal para salvar a vida das duas.

Ilustração original de ‘The English Girl and Her Ayah’

Não há só a representação da superioridade do Império ao resolver a situação fazendo com que o inglês seja herói ao dominar um animal típico da colônia (imagem muito comum em representações da época, sejam elas feitas na época ou recentemente, mostrando que tal ideia ainda perdura no imaginário das pessoas), mas também há a imposição da religião católica na fala da garotinha, que diz para a aia não se preocupar, pois Deus iria salvá-las, sendo que a Índia é um país de religião politeísta.  
Por motivos assim os pós-colonialistas buscam, entre outras coisas, combater a hegemonia do lado dominante ao contar histórias e a História, divulgando sua visão, sua cultura e seu lado dos acontecimentos históricos.

Ana Conte

domingo, 4 de dezembro de 2016

Assédio feminino

O assédio sexual  feminino é uma das situações que mais perturbam as mulheres atualmente. Para o assédio não existe lugar nem hora, pode ser na rua, no trabalho, em transportes públicos, de dia ou a noite. É muito difícil encontrar uma mulher que nunca foi assediada pelo menos uma vez na vida.
Essa aflição acontece com mulheres de qualquer idade, classe ou etnia. Tira a liberdade delas de poder andar na rua sozinhas em determinados horários e locais, ou de escolher o que vestir. Muitas vezes se uma mulher denuncia o assédio, ela é questionada sobre o tipo de roupa que estava usando, como se isso fosse motivo para tal prática. É por isso que a maioria das mulheres preferem não dar queixa, pois sabem que a atitude será em vão.
O real problema está na sociedade machista em que vivemos. Se alguma mulher leva uma cantada na rua isso é algo considerado normal, e muitos homens ainda dizem que é só um “elogio”. E que a mulher deveria gostar e se sentir bem com esse tipo de ação.
O combate à opressão parte de dentro de casa, onde muitas vezes também é cenário de assédio contra a mulher, que na maioria dos casos é silenciado pois a mulher não tem autonomia para denunciar. Também é válido ressaltar que o homem faz uso de ameaças contra a vida da mulher e também de seus filhos se ela tentar fugir ou recorrer à polícia.
O assédio sexual feminino já é considerado crime, segundo o Art.216-A, que diz que constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. O autor desse crime pode cumprir pena de detenção, de um a dois anos.
O feminismo ainda está caminhando para lutar contra esse tipo de prática também contra tantos outros que inferiorizam e prejudicam as mulheres do mundo inteiro. Ainda falta muito para o sucesso completo do movimento, pois a sociedade em que vivemos ainda é muito machista e opressora. Mas, com a força e inteligência que as mulheres carregam dentro de si, uma realidade mais igualitária está cada vez mais próxima.



                                                                                             Dalila Amorim

Veneno

A utilização de agrotóxicos nas plantações sempre foi um assunto bastante polêmico atualmente. Já foi mais que comprovado que os agricultores muitas vezes fazem uso abusivo dos pesticidas,  que prejudicam a saúde tanto das pessoas que vão consumir o produto contaminado, quanto das pessoas que moram ou que trabalham perto das plantações.

Na teoria do sistema mundo, o capitalismo evolui em função dos fatores econômicos, ou seja, cada vez mais os donos dos meios de produção querem achar uma maneira de lucrar, gastando menos tempo e dinheiro.
O uso de agrotóxicos se massificou depois dos anos 1960, quando os investidores notaram que com a diminuição das pragas, as colheitas renderiam mais.  Esses produtos possuem funções como matar insetos, fungos e ervas.


O Brasil é o país que lidera no ranking de uso dos agrotóxicos. Isso gerou uma preocupação dos médicos pois os efeitos colaterais podem causar doenças graves como câncer, alterações genéticas, malformação fetal, lesões renais e hepáticas, etc.

Sendo assim, esse assunto causou muita discussão no Ministério Público, pois a busca por um consenso entre pessoas a favor e contra os pesticidas está cada vez mais difícil. Alternativas como o uso mais moderado de venenos nas plantações e o incentivo ao consumo de produtos orgânicos são algumas das medidas que já foram colocadas em prática.



                                                                                                                       Dalila Amorim

sábado, 3 de dezembro de 2016

A Teoria Feminista nas Relações Internacionais

Adrielli Santos, Victória Parracho


O Feminismo é um movimento que busca a igualdade entre homens e mulheres através do estudo das questões de gênero, atribuindo a essas questões elementos do poder exercido por homens sobre as mulheres através do patriarcado, tem um caráter nominativo de busca da igualdade.

O gênero são as características sociais e culturais construídas e atribuídas ao ser biológico, que definem nossas nações de masculino e feminino. O patriarcado é o sistema social de crenças e estruturas que sustentam privilegio a masculinidade, para as feministas o patriarcado é o primeiro tipo de opressão que a mulher sofre, antes mesmo da étnica e social. Então surge a questão da herança, onde a linhagem patriarcal vai determinar quem vai ficar com a herança (propriedade privada), a mulher será vista como uma posse sempre.

Nas questões de gênero e relações internacionais o estado nação nasce com características masculinizadas. Para as feministas não existe neutralidade nas estruturas das Ri, elas vão dizer que a teoria serve para legitimar a opressão, e afirmam que o gênero é a primeira opressão que se tem contato, pois começa dentro de casa, o que legitima a naturalização pelas Ri, de que gênero é irrelevante para compreender o internacional.

Para as Feministas o mundo é caracterizado por uma hierarquia de gênero que é prejudicial para as mulheres, por exemplo, a mulher é considerada mais pacifica e maternal, porém quando entra na politica tem que se masculinizar. A critica ao feminismo é como se preocupam com as relações sociais internas, se não fazem teoria das ri's.

As feministas também vão abordar tema segurança internacional e gênero, e questionaram o Estado dizendo "como falar em proteger um Estado se não garante a proteção de parte da população?”, a concepção de segurança é politica/militar e estado Cêntrica.

A teoria Feminista de Ri trabalha com as desigualdades estruturais como ponto de partida para discutir segurança internacional. A desiguale é que trará a insegurança, pois a falta de igualdade leva a incapacidade do Estado de cuidar das mulheres em termos estritamente militares. Ha questões de insegurança que causam impactos no sistema internacional, como pobreza e violência de gênero. Por fim, ocorre uma desigualdade também na divisão sexual do trabalho que faz com que as mulheres ocupam cargos menos remunerados, nas pesquisas uma em cada sete mulheres vivem na pobreza (feminizarão da pobreza).

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Feminismo nas RI

A teoria feminista mostra como o patriarcado influencia o mundo e o sistema internacional. Na teoria feminista de RI o enfoque se dá no individuo e nas relações sociais que se opõe ao debate que sempre recai aos Estados e suas vontades.

As feministas creem que não há neutralidade nos estudos de RI e que a questão de gênero é a primeira opressão sofrida. O mundo possui uma hierarquia de gênero que quase sempre favorece o homem fazendo com a que mulher seja a parte lesada do contexto.

É possível observar que a máquina estatal é majoritariamente masculina e quando uma mulher ascende ao poder no Estado é vista de maneira equivocada, e muitas vezes para ganhar certo “respeito” é preciso que se comporte de maneira masculinizada.

Não há uma igualdade de gênero, o que leva ao Estado não saber como proteger de fato as mulheres em um nível social e militar.

A mulher ainda ganha menos que o homem muitas vezes ocupando a mesma função de trabalho. Essa luta por igualdade ainda está muito longe de ser ganha.

Vitória Nicolau e Camila Assunção













FEMEN



Protesto em Madri contra a violência doméstica, em novembro de 2015

O FEMEN é um movimento feminista internacional que luta pelo fim do patriarcado, tido como uma forma de escravidão feminina.

O grupo nasceu em 2008, na cidade de Kiev, Ucrânia, e atua legalmente em países democráticos e ilegalmente em países com regimes ditatoriais. O slogan do movimento é “Meu corpo é minha arma!”.

Sua atuação causa controvérsia pelo fato de que as ativistas costumam protestar fazendo topless, até mesmo em países islâmicos. Esse tipo de atuação faz parte do chamado Sextremism, descrito como a rebelião da sexualidade feminina contra o patriarcado. Suas ativistas costumam ser presas por um curto período, sob a acusação de atentado ao pudor.

Em 2013 a sede rompeu relações com a filial brasileira do FEMEN por acusações de mal uso de verbas. De acordo com Sara Winter, a líder do movimento em nosso país, o problema foi que a filial nacional se recusou a seguir algumas ordens vindas da matriz, como, por exemplo, pichar o símbolo do grupo no Cristo Redentor.

Mais informações: http://femen.org/

Ana Conte

domingo, 27 de novembro de 2016

Resumo da Teoria Feminista

   A teoria feminista nas Relações Internacionais só começa a ter espaço a partir de 1990, e o objetivo das teóricas feministas é mostrar como o patriarcado está presente na formulação e execução das Relações Internacionais.
   A disciplina das Relações Internacionais se diz neutra, e que as suas temáticas, as questões de alta política, não se relacionam com o gênero. Como por exemplo, considera-se que o poder, a segurança, tratam de todos, não excluindo a mulher.
   A teoria feminista, em crítica a isto diz que a disciplina é sim marcada pelo gênero, e mostra que o gênero este já afixado no modo de fazer a política internacional, por serem feitas por homens, e por invocar a masculinidade nestas situações, como em treinamentos militares e discursos políticos. Segundo as autoras feministas, muitos dos dogmas seguidos na prática das RIs são moldados conforme o gênero masculino.
   Portanto, em resposta aos teóricos que dizem que as Relações Internacionais são neutras, as feministas consideram que em relação ao gênero, as RIs são mais cegas do que neutras. É importante abordar, para a compreensão do tema a própria questão do termo “gênero”. As feministas falam de gênero e não de sexo porque ao tratar de sexo, abordariam apenas questões biológicas, o que por sua vez, não se relaciona às relações sociais, entretanto, o gênero é pura construção social, são as características que definem o masculino e o feminino, e que não podemos negar que foram sim criados pela sociedade, lembrando que a sociedade é subjugada ao patriarcado.
            A afirmação de que as RI são neutras quanto a isso, para a Teoria Feminista é só mais uma afirmação da alienação em que vivemos, ao não se ter a percepção do preconceito que o patriarcado naturalizou na sociedade. Em distinção a outros grupos oprimidos pela estrutura da sociedade moderna, o feminismo se destaca ao monto de se formar como uma teoria das RI, pois é considerado a primeira opressão que uma mulher vive, desde pequena em sua própria casa, e isso vale virtualmente por todo o globo, e este caráter mundial torna a teoria válida tratando de um fator internacional relevante.

            Portanto a Teoria Feminista visa esclarecer que as RI “tradicionais” não são neutras de forma alguma, e são naturalmente excludentes com as mulheres, que pouco participam nas tomadas de decisão, propondo-se assim a preenche ruma representatividade necessária no meio teórico. Porém ainda assim esta teoria é pouco aplicada, sendo considerada uma teoria periférica ou de pouca importância assim como outras teorias que também visam abalar o status quo do cenário atual das Relações Internacionais.

Giovanna Bertolaccini
Rodrigo D'Avila

terça-feira, 22 de novembro de 2016

A Teoria Feminista e a Constituição Brasileira

A Teoria Feminista e a Constituição Brasileira
                                                                                        Kelly Pasetto
A Teoria Feminista sempre teve dificuldade em avançar e conquistar ramo das Relações Internacionais, que sempre lidou com questões voltadas a poder/soberania, segurança internacional, conflitos/guerras, política, entre outros. No entanto, a partir dos anos 90 a questão do estupro de mulheres como arma para limpeza étnica fez com que essa disciplina começasse a abranger e enfrentar questões de gênero, apoiadas pelas feministas. 
É importante destacar que existem vários tipos de feministas (feministas críticas, socialistas, marxistas, pós-modernistas, liberais), mas todas possuem em comum a crítica em relação à omissão da questão do gênero pelas Relações Internacionais, pois essas últimas ainda possuem integrantes que relutam e questionam a importância do gênero. Elas criticam o sistema em que vivemos, pois acreditam que esse é caracterizado por uma hierarquia de gênero, a qual é prejudicial a mulher. As feministas também fazem uma relação entre sexo e gênero; o primeiro estaria ligado à biologia e o segundo seriam as características sociais e culturais atribuídas ao sexo, definindo assim a masculinidade e feminilidade.
O feminismo é um movimento que busca a igualdade entre homens e mulheres através do estudo de questões de gênero que também explica as relações de estado e estrutura política. Ele inclui questões de gênero em questões de poder nas Relações Internacionais. Essa teoria pode ser considerada uma Teoria Normativa, já que propõe mudanças no sistema e também Teoria Explicativa, já que explica as relações de estado e estrutura.
Portanto, a Teoria Feminista conseguiu expandir-se deixando de ser somente voltada a questões relacionadas a mulheres e ao mundo ocidental como antigamente. Podemos ver sua influência na legislação brasileira na Constituição de 1988. Foram realizadas algumas mudanças institucionais e instauradas novas leis voltadas à violência física e sexuais contra a mulher e violência de gênero. Um exemplo disso foi à formação das Delegacias de Defesa da Mulher. Além disso, pode-se destacar:
·         A Lei Maria da Penha, nº11. 340/2006: Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. [1]
·         A Lei 12.015 de 2009: que leva em questão crimes contra a dignidade e liberdade sexual [2]
·         A Lei Nº 10.224, de 15 de maio de 2001 sobre crimes de assédio sexual [3]
·         O Decreto Legislativo Nº 26, de 1994: Aprova o texto da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher [4]





[1] https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
[2] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm
[3] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10224.htm
[4] http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/1994/decretolegislativo-26-22-junho-1994-367297-publicacaooriginal-1-pl.html 

domingo, 20 de novembro de 2016

This is for all the independent ladies

Por Alinne, Letícia e Vitor.

A indústria de entretenimento coreana mostra como sua sociedade é machista, seguindo os conceitos da Teoria Feminista. 


Estamos aqui, mais uma vez, na Coreia do Sul. Dessa vez, vamos falar sobre as diversas formas de machismo que estão presentes tanto nas músicas como nas novelas lançadas pelos sul-coreanos e em contrapartida os meios que demostram a presença da mulher como independente e presente em uma luta por sua visibilidade como tal, como visto na luta das feministas.
É interessante destacar que a sociedade patriarcal coreana é machista por si só, trazendo em seus costumes antigos, atos que diminuem a mulher, e que são agravados ao momento que são aceitos, pois estão fortemente presentes em suas músicas e novelas, as quais fazem muito sucesso e possuem um grande público.
Para início de conversa, devo dizer que a Coreia do Sul é uma grande produtora de entretenimento. Suas novelas, que são conhecidas como doramas (do coreano, 한국드라마 ou Hanguk Deurama, traduzindo, drama coreano) dão, à primeira impressão, uma imagem de inocência para quem está acostumado a ver novelas da Globo que mostram todas as armações sem qualquer censura. Mas ao analisar profundamente, temos roteiros de formatos similares (ou até iguais), que nada mais são que divulgadores de doutrinas e irradiadoras de uma imagem ideal da mulher coreana: quieta, tímida, delicada e fraca, submissa e “politicamente correta” segundo as leis da sociedade patriarcal, que diz que o homem é o dono da casa (do português: bela, recatada e do lar).
Um exemplo fácil disso, vem de uma das novelas que fez sucesso, não só na Coreia do Sul, mas entre os telespectadores brasileiros: The Heirs. Em minha opinião: péssima. Como disse anteriormente, o enredo é como todo os outros: o casal se conhece, apaixona-se, sofre para ficar junto, o cara se faz de difícil, dor, drama, sofrimento, rivais tentam os separar, beijo que parece forçado após o 10º episódio, dor, sofrimento, armação, um pouco mais de sofrimento e um final feliz que se desenrola nos últimos minutos do último episódio, e de acréscimo uma atuação completamente introvertida de Park Shin Hye, que interpretou muito bem uma personagem principal que aceitou todas as imposições feitas por seu par romântico, sendo a típica moça idealizada pela sociedade coreana:


Já seu par romântico, interpretado por Lee MinHo, foi O cara de sempre: um ditador de regras, que deixou sua amada, sua mãe e a noiva arranjada disputarem espaço em sua vida (deixo uma ligação direta com o conflito típico de sogra e nora, descrito por Morgenthau). Se você acreditar fielmente no roteiro, ele ainda é um o mocinho, que tem seus defeitos por ser muito mimado pelos pais ricos, burgueses, a quem geralmente obedece por ser seu herdeiro.
 Mas chega de drama e de falar sobre a patética sociedade alta coreana, que ainda é mascarada por suas produções, que nada mais são que puras fantasias de seu atraso ideológico e de suas extremas censuras: ainda há alguma esperança e críticas sociais em sua ingenuidade, afinal de contas, this is for all the independent ladies.
Em 2015, por exemplo, o grupo feminino EXID (Exceed In Dreaming, da empresa AB Entertainment), conhecido por seus conceitos sensuais e pelo sucesso gerado por um vídeo sensual gravado por fã, resolveu lançar seu music vídeo criticando a censura que havia sofrido no ano anterior.


Com o lançamento de seu single, Ah Yeah, elas colocaram em pauta uma discussão comum entre os ouvintes: a censura e a sensualização da imagem feminina.Você finge ser inocente, tropeçando nas palavras. Seus hábitos ruins estão aparecendo”. O grupo ainda viria a lançar dois vídeos que mostram que a Coreia do Sul não só tem problemas com censura, mas com a prostituição que acontece de forma exacerbada e que movimenta altos números ($) no país, mesmo sendo proibida. Com HOT PINK e L.I.E., o grupo mostrou de um jeito bem sutil que é possível ser sensual e de modo indireto denunciar o que realmente acontece pelas noites coreanas. No meio das controvérsias do seu último single, a capa de seu álbum (que você pode ver aqui) parece confirmar que L.I.E. não é apenas mais uma música sexy sem sentido e com mudanças repentinas de ritmos: Street possui a imagem de uma rua nela a retratação da porta de um motel, de cassinos, a palavra gincerely escrito e, ainda, um olho que tudo vê, fundamentando a teoria que elas expões a imagem que a Coreia do Sul quer esconder. A imagem conservadora da sociedade coreana is a L.I.E. e se você não cantar para seu oppa o quanto você o ama, eles vão te censurar.


É incrível ver como os relacionamentos são retratados e como as mulheres parecem aceitar tudo de negativo que seus namorados dizem. Aceitar que um homem seja monstruoso é socialmente normal. Homens são monstros intocáveis, que consideram as mulheres demônios da sedução, que os fazem perder o controle de seu bom senso. Mas dizer que elas não precisam de homens e que as mulheres podem ter atitude se enquadra em uma possibilidade totalmente fora dos paradigmas sociais adotados. O correto e o que faz sucesso é dizer que mesmo que ele a trate mal, ele deve ficar e que mesmo que a faça sentir-se horrível, mesmo que a faça chorar (TT), ele deve ser seu amado. A sociedade coreana deve ter representantes de uma geração de mulheres, que digam que nenhum cara é melhor ou mais legal que elas, até em suas canções, para que não se sintam inferiores e para que sejam tão intocáveis quanto eles.
Além da autoafirmação do Girl Power, que iguale a mulher ao patamar elevado dos homens, é preciso que não ocorra essa aceitação aos vídeos que demonstram qualquer tipo de violência contra a mulher. Principalmente, vindo daqueles grupos que são muito populares entre jovens. Aceitar tais imagens é conformá-las, de alguma forma, com agressões. Não há justificativa alguma para aceitar que mulheres sejam colocadas em um andar inferior de forma que aceitem tapas na cara, nem que estes sejam seguidos de flores. Tal violência contra o tal “sexo frágil” é tão comum que é impossível imaginar que todos os homens que usufruam disso tenham qualquer tipo de alteração mental. Há racionalidade desde a violência doméstica, até a tática de guerra que é utilizada para punir mulheres de um país perdedor de uma disputa.


Ser independente não se trata apenas de poder dizer “Eu pago meu aluguel com meu dinheiro, eu compro minha própria comida, eu compro minhas próprias roupas”. Hoje em dia, trata de uma mulher poder andar na rua sem ser assediada até 3 vezes em um curto caminho de sua cada até seu local de trabalho, ou por usar uma roupa curta, ou por apenas estar passando. Quem aceita tal ato, assiste uma novela coreana e acha muito normal uma jovem que sofre com todas as violências verbais e físicas que eles retratam. Não é normal. Assim como a descarada sensualização da imagem feminina que é bem visível em artistas, impostas até para as que não são maiores de idade. Quem conhece, sabe: os grupos que mais passam dificuldade financeira, costumam apostar em roupas curtas e coreografias sensuais, pois tal “produto”, vende. E, sim, é usado de forma que traga polêmicas e mais visibilidade, pois a mulher que está sendo colocada à venda não é nada.
Infelizmente, a Coreia parece se encontrar em um sistema-mundo que financia seus costumes que apoiam o patriarcado e tais cenas vão continuar sendo vistas enquanto houver pessoas produzindo e comprando esse produto que vem ganhando visibilidade e subindo nos valores de exportação. A pergunta é: quem compra cala-se por gostar ou por parecer tão sutil que não consegue ver?
Os admiradores da Coreia e de sua cultura, provavelmente, ficarão muito mais felizes quando a imagem feminina parar de ser tratada como um produto frágil que pode ser vendido internacionalmente, assim como sua sensualidade. Está na hora de investir na imagem independente que parece ter morrido. 


Nota: As referências musicais foram todas linkadas respectivamente com as músicas que considerei interessante relacionar ao texto. A maioria delas gerou alguma discussão a respeito de visibilidade ou por possuir uma letra polêmica e machista. Há tradução para músicas coreanas, tanto em sites de letras, como vídeos legendados em português youtube, mas por questões de direitos autorais, apenas coloquei os oficiais. Existem letras, como da música Monster e TT que precisam de uma atenção para notar tais demonstração de violência contra a mulher, por conta de relacionamentos abusivos. Vale a pena analisar. 


Feminismo nas Relações Internacionais

Através do estudo das questões de gênero, o feminismo, é um movimento que busca igualdade entre homem e mulher, que teve início com Mary Wollstonecraft (1792), com a reivindicação dos direitos da mulher, e Olympe de Gouges (1791), com a declaração dos direitos da mulher e da cidadã.
O sistema social existente é o patriarcado, ou seja, crenças e estruturas criadas pela própria sociedade, que sustenta o privilegio da masculinidade, vindo antes mesmo da opressão de classes, onde a mulher sofre uma repressão dentro da sua casa pelo simples fato de ser do gênero feminino.
O feminismo diversas vezes sofreu em ganhar visibilidade como uma teoria de estudos nas Relações Internacionais, já que essa área se considerava neutra aos assuntos de gênero. No entanto, os danos causados às mulheres devido as estratégias de guerras, fez com que teóricas-feministas discordassem de tal neutralidade. Em períodos de guerra, o estupro sempre foi usado como uma estratégia de limpeza étnica, porém, não era um crime de característica étnica, mas sim uma violação ao corpo feminino. Desta forma, fez-se claro a importância do estudo para as teóricas, não era somente uma violação ao corpo, mas uma inferioridade feminina tão intrínseca que não era nem passível de vir a ser considerado um dano à mulher.
Com a onda da globalização, o feminismo ganhou uma internacionalização, tendo visibilidade em boa parte do mundo. Diversas vertentes vieram surgindo, como o feminismo construtivista, acreditando que o gênero é construído socialmente; assim como também o feminismo marxista e o feminismo crítico.
Apesar de conquistar espaço no mundo, ainda proporciona um pequeno impacto nas Relações Internacionais, já que esta teoria é vista como irrelevante, obtendo pouca visibilidade em questões governamentais. Ainda assim, o feminismo continua a questionar a soberania masculina em assuntos estatais. 

Fernanda Oliveira, Gabriel Santana e Gabriela Sales

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Resumo sobre a Teoria Feminista

   Para se estudar a teoria feminista é necessário entender o conceito de gênero, que são características sociais e culturais construídas e atribuídas ao sexo biológico, que definem nossas noções de masculino e feminino. Pesquisadoras feministas trouxeram esse conceito para mostrar que as características e comportamentos que são definidos como próprios de um gênero são, na verdade, construções sociais e culturais e, por isso, não podem ser tidos como aspectos biológicos. A partir disso, busca-se explicar como as diferenças entre homens e mulheres são utilizadas para justificar desigualdades.  
     
   O feminismo é o movimento que busca a igualdade entre homens e mulheres, por meio do estudo das questões de gênero, atribuindo a essas questões o elemento do poder exercido por homens sobre mulheres através do patriarcado, que é um sistema social que privilegia a masculinidade e, para as feministas, é a primeira opressão sofrida pelas mulheres, que geralmente ocorre em seu próprio lar. 
   
    Essa teoria feminista é crítica pois busca não apenas explicar o mundo desde uma perspectiva de gênero, mas também busca mudar a estrutura para atingir uma sociedade igualitária. A análise utilizada é em escala micro porque para podermos entender o que se passa em escala global é necessário antes entender as relações sociais internas, pois o modo que as relações se iniciam em cidades e outros grupos influenciam o internacional. Por isso, a crítica feita a esta teoria é de que não se trata de uma teoria das relações internacionais, pois se preocupam com relações sociais internas.  
  
 Observação: Pesquisadoras da Universidade de Londres chegaram a conclusão, de acordo com documentos encontrados, que a grande responsável pela inclusão da igualdade de direitos de homens e mulheres na Carta da ONU foi a diplomata brasileira Bertha Lutz (encarregada pelo governo Getúlio Vargas para defender esse ponto na Carta), junto com outras diplomatas latino-americanas, que enfrentaram forte oposição das delegações britânica e norte-americana.  
Link da matéria: https://nacoesunidas.org/exclusivo-diplomata-brasileira-foi-essencial-para-mencao-a-igualdade-de-genero-na-carta-da-onu/


Maria Clara Campbell
Raquel Sant'Anna de Almeida

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A relação com a natureza no Sistema Mundo


A Teoria do Sistema Mundo divide os países entre centrais (desenvolvidos) e periféricos (subdesenvolvidos) e analisa como as relações de produção e de trabalho são afetadas por essa organização.

Como o centro foca a maioria de sua produção na periferia por causa da mão de obra barata e leis flexíveis, todos os problemas ambientais relacionados a isso também são transferidos para esses locais.

Poluição do ar, contaminação do solo e da água com produtos químicos, desmatamento e todas suas consequências (problemas de saúde, morte da fauna, entre outras) assolam a periferia e, do mesmo modo que ocorre com a exploração dos trabalhadores, raramente há punição para as grandes empresas do centro porque a produção é terceirizada.

Danos ambientais ligados à produção também ocorrem nos países centrais, mas eles são mais preparados financeira e tecnologicamente para lidar com tais situações.

Assim, enquanto não houver responsabilização daqueles que exploram o meio ambiente de maneira irresponsável, o planeta continuará a sofrer com os impactos de um capitalismo desenfreado que só se preocupa com a acumulação infinita de capitais, não importando os meios utilizados para se atingir tal fim.

Ana Conte

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Teoria Sistema Mundo de Immanuel Wallaarstein

Adrielli Santos, Victória Parracho 


   A teoria Sistema Mundo de Immanuel Wallarstein vai mostrar analises de como a produção capitalista pode funcionar e como isso pode ser visto ao longo dos anos.
    No mundo todos os países vão ter sua ocupação com funções capitalistas diferentes, por exemplo, Semi-periferia possuem níveis de industrialização, mas dependem dos Estados do centro; Países do centro possuindo atividades econômicas melhores com potencial tecnológico agregando mais valor ao produto; Periferia, melhores em produzir bens de baixo custo agregado demanda na mão de obra e explorando pessoas.

   O sistema mundo passa a expandir as diferenças entre periferia e países do centro depois vem o poder político e econômico de uma hierarquia com base no sistema capitalista hoje. Segundo o teórico, essa estrutura é fixa porem não pode descartar a possibilidade de mudança na posição dos Estados, podendo ate existir mudança de países entre periferia, centro e semi-periferia.
    Ao decorrer da historia podemos perceber que existiram outros tipos de Sistema Mundo, o dos impérios mundiais e econômicos mundiais, e a partir desses outros modos pode supor que o capitalismo pode estar crescendo a cinco séculos já, criando novos problemas, novos crises e resoluções como foi a queda de outros impérios.


   Entretanto é notável que o Teorico Immanue Wallarstein foca principalmente na questão econômica da teoria.

domingo, 6 de novembro de 2016

O lado negro do chocolate

            A teoria do Sistema Mundo de Immanuel Wallerstein oferece uma análise do funcionamento do modo de produção capitalista e de como a organização espacial do sistema mundial conduz a história ao longo dos anos.

Wallerstein afirma que cada país ocupa uma função na ordem produtiva capitalista, existindo assim países do centro (possuem atividades econômicas mais complexas e com maior potencial tecnológico, que agregam mais valor ao produto); semiperiferia (possuem um certo nível de industrialização, mas ainda dependem do capital e da tecnologia dos Estados do centro); periferia (especializados na produção de bens de baixo valor agregado e requerentes de intensa mão de obra).  A expansão do sistema mundo aumenta as diferenças entre os países do centro e da periferia, além de contribuir para a criação de uma hierarquia de poder político e econômico.

Para ele, a busca dos países centrais por locais onde sua produção seja maximizada é o fator que conduz a história e a dinâmica deste sistema. As condições desiguais de comércio é uma maneira de perpetuar a divisão internacional do trabalho que reproduz a desigualdade.

Essa teoria pode ser aplicada no contexto atual para explicar essa “periferização” do mundo e diversos incidentes que ocorrem no sistema internacional hoje em dia. Um caso que pode ser analisado através da perspectiva desta teoria é o do trabalho escravo infantil nas plantações de cacau na África.

No documentário “ O lado negro do chocolate”, o jornalista dinamarquês, Miki Mistrati, conversou com trabalhadores e traficantes da região de Zégoua Mali e descobriu que os traficantes transportam de 10 a 15 crianças por vez em ônibus que vão para Korhogo, na Costa do Marfim (responsável por 42% da produção mundial de cacau), onde tem um local que as crianças são mantidas e vendidas para fazendeiros locais.

Uma criança de Burkina Faso pode ser comprada por 230 euros, o preço inclui transporte e uso ilimitado da criança, porém, a maioria das crianças nunca é paga. No documentário, o jornalista encontrou dois meninos do Mali, que trabalhavam como escravos numa plantação de cacau da Costa do Marfim. Os garotos contam que os traficantes enganam as crianças para conseguir levá-las para as plantações, e que se eles se recusassem a trabalhar ou trabalhassem devagar, os traficantes os agrediam.

A rota do cacau descrita no documentário demonstra claramente a dependência que os países periféricos têm da exportação de bens primários a preços determinados pelos países do centro e a cadeia de commodities que a envolve: o cacau colhido e secado ao sol é comprado por intermediários (1 euro por kilo) que vão vender aos exportadores nacionais; os grãos são lavados, ensacados e vendidos (2,5 euros por kilo); finalmente, na bolsas de valores, o cacau é vendido às empresas de chocolate, que vão transformar os grãos em pó ou manteiga de cacau, do qual será feito o chocolate pelos fabricantes (1 kilo de cacau dos produtores vira 40 barras de chocolate).

Miki tentou o contato com empresas de chocolate ( Nestle, Cargill, Mars, ADM, KRAFT, Barry Callebaut ) para saber que ações elas estão promovendo para combater o problema, no entanto, a única resposta que obteve foi uma declaração conjunta por porta-voz, da qual destaca um trecho: “A grande maioria das plantações de cacau não são das empresas que produzem chocolate ou fornecem o cacau e, portanto, não temos controle direto sobre o cultivo do cacau e as práticas laborais”. Essa declaração comprova a falta de responsabilidade do setor.

Embora o filme seja de 2011, pouca coisa mudou nesses últimos 5 anos, já que as operações realizadas pela Interpol na região da Costa do Marfim continuam resgatando crianças das plantações de cacau: uma operação feita pouco antes do início das gravações do documentário resgatou 65 crianças; em 2014 foram 76; 48 em 2015. Dados que comprovam a falta de debates significantes no âmbito internacional e a falta de medidas (locais e internacionais) eficientes para acabar com a exploração infantil no setor.

Portanto, esse é apenas um dos casos que refletem a dinâmica do Sistema Mundo moderno, que tem por objetivo  a acumulação infinita de capital, facilitada pelos mecanismos (comoditização, controle do trabalho assalariado, cadeia de commodities, intercâmbio desigual entre centro e periferia, monopolização do mercado) criados para perpetuar a hierarquia do Sistema Internacional.

Link do documentário: https://www.youtube.com/watch?v=ozSRWm7VcVE

Marina Reis de Oliveira

sábado, 5 de novembro de 2016

Teoria Sistema-Mundo

                                    Teoria Sistema-Mundo
                                                                                                       Kelly Pasetto
Uma das vertentes dentro do marxismo que estuda as relações internacionais é a Teoria Sistema-Mundo de Immanuel Wallerstein. Ela tem como objetivo principal analisar o Sistema Internacional com enfoque na economia mundial definida pelo sistema capitalista. Em sua analise é importante ressaltar o conceito histórico, pois a acumulação de capital depende do espaço e tempo, ou seja, estudando a evolução da acumulação de capital pode-se entender a evolução e concentração de poder econômico em áreas determinadas, para, assim, explicar através da economia e política o atual sistema internacional.
Seguindo esse pensamento, Wallerstein definiu que os poderes político e econômico são hierarquizados e os Estados podem situar-se em três áreas: as centrais que possuem atividades econômicas avançadas, complexas e desenvolvidas tecnologicamente; as semi-periféricas, as quais possuem uma economia diversificada que adquiriu um nível industrial e tecnológico maior que as áreas periféricas e menor que as centrais. Os países que se situam nessa área são intermediários economicamente, possuem uma mistura de características das outras duas áreas, apesar de possuir certo desenvolvimento ainda dependem de capital e tecnologias dos países centrais; as áreas periféricas caracterizadas por economia de exportação de produtos de bens primários, mão de obra barata, exploração, trabalho escravo ou forçado.
Dessa maneira, podemos perceber uma divisão internacional do trabalho que cria uma desigualdade entre essas três áreas e forma uma estrutura hierárquica base para o sistema capitalista atual. Portanto, a debilidade entre Estados é fruto da dependência estrutural e da desigualdade de troca. Apesar dessa estrutura ser fixa, segundo o teórico, não é excluída a possibilidade de mudança de posição dos Estados situados nessas áreas, pode existir uma mobilidade de países entre centro, semi-periferia e periferia. Podemos perceber que na história existiram outros tipos de sistema-mundo: impérios mundiais e economias mundiais. Um exemplo do primeiro tipo foi o Império Romano que sofreu ruptura, decaiu e deu espaço para a formação de um novo sistema.
 Por isso, se supõe que apesar do capitalismo estar se expandindo há cinco séculos, a sua própria expansão desenvolverá crises e em algum momento ocorrerá o funcionamento disfuncional (ponto de ruptura) e assim se formará um novo Sistema Mundial como aconteceu com a queda do Império Romano.
Apesar dessa teoria ter base marxista, Wallerstein realiza uma análise similar ao neorrealista Waltz. Os dois ressaltam a questão histórica e hierárquica, da visualização de países fortes e fracos e a importância da análise do Estado em relação ao sistema, da dependência da posição de um único país em relação ao sistema mundial. Por outro lado, a diferença principal entre Waltz e Wallerstein é que o primeiro foca na questão do poder e o segundo na questão econômica. 

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Resumo Sobre a Teoria do Sistema-Mundo

    A Teoria do Sistema-Mundo é uma teoria das relações internacionais que se centra no estudo do sistema social e suas relações, não só no âmbito doméstico mas internacionalmente, em todo o mundo. O foco dessa teoria é a estrutura e não os agentes, ela busca entender como o meio de produção capitalista funciona por meio de uma abordagem macro e multidisciplinar da história mundial. 
    Esta teoria tem influência dos pensamentos marxistas mas não é necessariamente marxista. Seu principal expoente é Immanuel Wallerstein que faz uma análise marxiana, mas tem como principais inspirações a CEPAL e a Teoria da dependência. Baseando-se na divisão internacional do trabalho, ele vai analisar o porquê de existir tremenda desigualdade entre os países. 
    A tese central da obra de Wallerstein é a divisão do mundo em três níveis, sendo eles, centro, periferia e semiperiferia. Essa divisão existe desde o início do capitalismo ocidental e os países encaixam-se nos níveis de acordo com a função que ocupam no sistema capitalista. Os países do centro são os que possuem a produção de alto valor agregado, os periféricos fornecem commodities e matérias-primas para a produção dos países de centro e também fabricam bens de baixo valor, geralmente em condições precárias. Já os países semiperiféricos possuem um papel intermediário, sendo visto como centro para os países periféricos e como periferia para os países centrais.  
    Esse sistema desigual cria uma dependência entre os países periféricos e os centrais, fazendo com que a periferia necessite de ajuda financeira e humanitária do centro. Daí a aproximação com a Teoria da dependência.  
    Quando se esgota o sistema "quebra" e assim surge outro em seu lugar. O sistema-mundo atual já existe há centenas de anos e possui três características. A primeira é a economia mundial em expansão através de um comércio internacional onde as economias nacionais se relacionam. A segunda é a expansão do sistema interestatal (que ocila entre tempos de rivalidade e tempos de hegemonia) com a criação de novos estados e novas fronteiras e a terceira é a relação do capital-trabalho. 
    Com a expansão do capitalismo ocorre a "periferização" do mundo, por conta das grandes empresas do centro que, para cortar gastos, se estabelecem nas regiões periféricas e assim submetem os produtores locais a homogeneização da produção, que acaba os destruindo.  
    O sistema mundo atual se assemelha dos anteriores por conta da divisão axial do trabalho e do funcionamento de forma cíclica e secular e se diferencia pela acumulação infinita de capital, que é propiciada pelo capitalismo. 
    Existem cinco mecanismos que permitem a acumulação infinita de capital: 
1- a comoditização: terceirização de tudo. Colocar valor monetário não só nos bens necessários, mas também em tarefas simples. 
2- controle do salário: alguns enriquecem e controlam sua riqueza por meio do trabalho assalariado de outras pessoas. 
3- cadeia de commodities: matérias-primas são vendidas aos países do centro que os vendem como produtos manufaturados com valor agregado de volta aos países periféricos e resto do mundo. 
4- intercâmbio desigual entre centro e periferia: as regras que regulam o mercado não existem para garantir a isonomia dos estados. 
5- monopolização do mercado: mercado monopolizado pelas grandes companhias que tem ligação também com a desigualdade entre centro e periferia porque as grandes companhias são naturais dos países do centro. 
    O sistema-mundo em vigor se rompe por conta da história, que é cíclica, e vai evoluindo até chegar nos limites da estrutura, ocasionando uma crise de representatividade do sistema-mundo onde está o tempo de funcionamento disfuncional.

Maria Clara Campbell
Raquel Sant'Anna de Almeida

domingo, 30 de outubro de 2016

A Teoria do Sistema-Mundo

A teoria do sistema-mundo analisa a formação e a expansão do capitalismo por todo o globo e como isso dita não apenas a economia, mas também as relações sociais, políticas e culturais das sociedades. 
Essa teoria divide o mundo em 3 níveis de análise, a saber: centro, semiperiferia e periferia. 
Os países do centro têm produção de alto valor agregado tecnológico, são produtores e exportadores de tecnologia e contam com mão de obra especializada. Os países semiperiféricos têm uma industrialização de baixo valor tecnológico agregado, não produzem tecnologia mas a absorvem e contam com mão de obra semiespecializada e não especializada. Por fim, os países periféricos produzem apenas produtos primários e têm mão de obra não-especializada. 
Assim, ocorre uma divisão internacional do trabalho, na qual cada país fica "responsável" por um tipo de produto no comércio internacional. Os países do centro tendem a explorar os países periféricos, enquanto os países semiperiférios ora são periferia para o centro, ora são centro para a periferia.
Essa prática não é recente: na época das Grandes Navegações, as metrópoles já exploravam suas colônias, deixando consequências que são sentidas até hoje (não coincidentemente, as antigas metrópoles são os atuais centros).
Alguns analistas afirmam que, a partir dessa primeira divisão internacional do trabalho, foram criadas instituições a fim de manter essa exploração, estruturando o sistema como ele é hoje. O Banco Mundial, o FMI e a OMC ditam os rumos do comércio internacional e da economia mundial, fornecendo empréstimos aos países mais pobres, obrigando-os a "obedecerem" suas regras (que visam a manter o status quo), como abertura ao capital estrangeiro, diminuição de barreiras, etc.
Isso faz com que esses países adquiram ainda mais dívidas, pois ficam condicionados a serem sempre exportadores de produtos baratos e compradores do produtos caros, perpetuando esse sistema. 
Com a globalização e a crescente importância do sistema financeiro, visando sempre ao maior lucro possível, as grandes empresas se espalham pelo mundo. Como os países periféricos têm mão-de-obra e recursos naturais abundantes, mas não capital, essas grandes empresas mantêm suas sedes nos países centrais, mas "terceirizam" a produção para os países periféricos, onde podem ter um custo menor de produção, já que, caso sejam reivindicados melhores salários dos trabalhadores, por exemplo, eles retiram o capital e simplesmente mudam seu local de produção para países ainda mais pobres.  
Isso acarreta mudanças sociais e culturais nesses locais, onde seus trabalhadores se veem "puxados" para esse modo de produção. 

Lizandra Ferreira

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A perspectiva crítica de Robert Cox - Julia Guimarães

Robert Cox, percursor no resgate do neomarxismo para a construção da base teórica crítica, conjuntamente com uma forte influência de Antonio Gramsci, pode tecer uma série de críticas ao realismo e contribuir amplamente para a teoria crítica. Cox parte da concepção de que toda teoria se encontra em um âmbito relativo de tempo e lugar, o que de certa forma exprime um caráter particular de seu tempo e espaço, não possuindo uma referência universal, já que não representariam um tipo de modelo absoluto. Vale frisar que o carácter relativo/particular da feição das teorias sempre seriam influenciadas pelo atual contexto da realidade particular de seu tempo, impossibilitando uma "aplicação universal" das mesmas. Sendo assim, Cox destaca em suas publicações dois tipos de teorias, as teorias de soluções de problemas (realismo ou o atual neorrealismo) e a teoria crítica. A teoria de soluções de problemas, por possuírem fundamentos na base de que o homem nasce egoísta e que a partir daí advém o modo em que buscam seus objetivos, maximizar seu poder a fim de garantir sua segurança, e que caracteriza a essência do sistema internacional como uma anarquia conflituosa, com efeito, a torna imune à críticas, se tornando de certa forma imutável ou invariável. É a partir deste ponto em que Cox definitivamente começa suas críticas, já que em sua visão, seria de fato necessário refletir sobre uma realidade em que sempre se encontraria em constante mudança. A natureza particular da teoria de soluções de problemas, por tomar como nível de análise o mundo como é com suas relações de poder, instituições, atores e etc, propõe um método de se solucionar os problemas sem o questionamento de que se estão de certa forma, correlacionados às características "intrínsecas da sociedade". Devido a estes aspectos, adquire na visão de Cox, uma personalidade conservadora, já que rejeitam a viabilidade de uma possível variação de uma ordem como caminho para a correção da desigualdade ou até mesmo de ameaças de guerras. A teoria crítica em uma outra perspectiva, legitima a necessidade de se refletir sobre uma realidade em constante mudança, negando a precisão de uma realidade social imutável. Expondo também, que a concepção da teoria tradicional, a qual fomenta suas bases na natureza do homem e que em meio a isso os sistemas e Estados são "governados" por essa natureza egoísta, deva ser deixada de lado, pois na visão de Cox, a realidade social resulta da ação humana em constante mudança.

sábado, 22 de outubro de 2016

Resumo: Teoria Tradicional e Teoria Crítica por Max Horkheimer (1937)

Dalila Amorim


Max Horkheimer escreve em seu artigo um novo tipo de teoria em contraponto a teoria tradicional.
A teoria tradicional vem dessa tradição positivista de conseguir mensurar todo o conhecimento e dizer que o mesmo só é válido se for observável e medido, ou seja, existe a necessidade de matematizar o conhecimento, inclusive as ciências sociais. Então poderia-se quantificar e transformar as relações sociais e toda a subjetividade que a permeia em números estatísticos. 
Sendo assim poderia comprovar a ocorrência de um fenômeno através da sua quantificação, inclusive os fenômenos mais objetivos.
A principal característica da teoria tradicional é o fato dela se posicionar como algo A-histórico, ou seja, a formulação dessa teoria não é fruto dos processos históricos que formam as sociedades, mas ela pode ser aplicada durante qualquer período de tempo. Ela é separada da história, não sendo produto da sua época, mas podendo explicar qualquer fenômeno em qualquer período histórico. Nas relações internacionais pode-se dar como exemplo o realismo, que é aplicado da mesma forma seja para explicar o mundo bipolar durante a Guerra Fria como para explicar o sistema de Cidades-Estado da Grécia Antiga.
A teoria tradicional também é dissociada das crenças dos seres humanos, não sendo uma teoria ideológica, e não se tornando de direita ou de esquerda, mas tomando uma posição neutra, ficando por cima das ideologias.
Para os teóricos da escola de Frankfurt, a teoria tradicional é vista como um reflexo do modo de produção capitalista, que compartimentaliza os saberes e os hierarquiza. Tendo uma divisão entre os saberes mais úteis e os menos úteis, e os trabalhos mais complexos (que consequentemente remuneram mais) e os trabalhos menos complexos. 
Há uma separação entre o trabalho manual do trabalho intelectual. Sendo que, para a sociedade, o primeiro é mais desvalorizado que o segundo.
A teoria tradicional aliena a sociedade com a cultura de massa, que é basicamente a cultura comercializada, feita pelas grandes indústrias, não tendo necessariamente a participação das pessoas na sua formação. Diferentemente da cultura popular, que representa a expressão do modo de vida de um povo.
Por sua vez, a teoria crítica seria um meio de superação da teoria tradicional. Então, para um teórico crítico, essa naturalização dos comportamentos é construída pela indústria cultural, que dá origem a cultura de massa. 
Sendo assim, esse mundo foi socialmente construído pelo capital, e para Horkheimer essa forma de existir é desumana, pois impede que o ser humano se veja na sua totalidade.
Portanto, a teoria crítica tem a necessidade de unificar todos esses saberes, e apontar as contradições da teoria tradicional.

Teoria crítica Robert W. Cox

Adrielli Santos, Victória Parracho


     A teoria critica das Relações Internacionais se da inicio por conta de necessidades de novas perspectivas em analises, criticando o realismo essa teoria é utilizada no conceito de alienação e ideológico que servia para explicar a atual sociedade.

     O filosofo e teórico critico Robert W Cox, começa a definir teoria como uma convenção social e explica para que ela fosse ser usada, mudando seus conceitos para uma forma mais adaptada no pensamento dele, é claro com base na Escola de Frankfurt.
Para Robert três tipos de forças eram existentes e poderiam a vir ser utilizadas para que eternizasse tal ordem por um tempo estimado podendo mudar ou não; A material tem capacidade produtiva de destruir tecnologias, a de ideia cultura, ideologias e regras sociais, por ultimo instituições que influenciam diretamente a ação dos atores.

     Os três níveis são formas estatais define o complexo Estado sociedade, ordem mundial configura força e por ultimo força social relaciona o modo de produção.
Dizia que aplicava esses três tipos de força, pois era preciso, para que ocorressem as disputas hegemônicas. O conceito hegemônico vem no período pós-guerra onde ocorreu a hegemonia britânica. A pax americana acontece por conta da queda do imperialismo britânico que promove uma nova ordem mundial.

     Cabe mostrar as dimensões teóricas colocadas em pauta por Robert ainda mais por mostrar que basicamente as teorias possuem um caráter normativo.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Teoria Crítica de Cox

         A Teoria Crítica surge após o colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em uma época em que os paradigmas das Relações Internacionais estão em reconstrução. Foi criada em 1924 na Escola de Frankfurt com orientação marxista e com críticas ao capitalismo e ao Estado centralizado e burocratizado da União Soviética pós-revolucionária (em especial após a ascensão de Stalin). A Escola de Frankfurt consistia em um grupo de intelectuais que na primeira metade do século passado produzia um pensamento conhecido como Teoria Crítica. Dentre eles temos Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse, Jurben Habermas e Walter Benjamim. Eles vão fazer vários questionamentos como a possibilidade da revolução ser comandada pelas classes trabalhadoras (visão pessimista quanto a isso, principalmente porque a superestrutura acaba alienando de tal forma que perde sua emancipação), ascensão dos fascismos no entre guerras e a indústria cultural.
      A teoria crítica das relações internacionais surge como oposição ao debate neo-realista/neo-liberal. Sua contribuição gira em torno de uma crítica feroz a concepção realista das RI como sendo uma política de poder, além disso, questiona a pretensão científica e o positivismo empregado nas teorias de RI. Para os teóricos críticos, as teorias tradicionais apresentavam limitações na compreensão e análise das mudanças presentes na política mundial. Outro aspecto importante é que a teoria crítica procura incorporar elementos do marxismo como pontos de partida a suas explicações.
         Em seu artigo Social Forces, States and World Orders: Beyond International Relations Theory, Robert Cox propõe que "toda teoria é para algo e para alguém”, além de que, todas as teorias possuem uma perspectiva que é dada através de uma posição social e política em determinado tempo e espaço, neste sentido, todos os velhos conceitos de uma teoria devem ser ajustados, rejeitados ou substituídos por novos conceitos. Não há teoria sem caráter normativo, ao fazer suposições e eleger conceitos a teoria limita o escopo de análise, ou seja, ela vê somente por uma lente, o que impossibilita que ela seja neutra. Cox faz uma crítica contundente às teorias positivas, em especial ao realismo, o qual delimita que os Estados buscam poder e segurança em um sistema de Estado moldado pelos atores majoritários. Ao afirmar essas premissas os realistas induzem o comportamento do Estado e tornam-se teóricos normativos. Ao mesmo tempo, a teoria crítica também é normativa ao promover a emancipação humana.
       Na dimensão explicativa de Cox pode ser relatada ao tratar as estruturas históricas como um quadro de análises. O autor propõe que essa análise resulta em uma imagem particular da configuração das forças em um determinado período, a qual pode ser expressa por três categorias de forças, as quais agem reciprocamente: ideias (significados intersubjetivos, imagens coletivas); instituições; e capacidade material (capacidades tecnológicas e organizacionais, por exemplo, recursos naturais que podem ser transformados em tecnologia). A relação entre estas três forças são determinantes para a ascensão de uma ordem alternativa. Esse estudo leva Cox a definir que a hegemonia não é reduzida somente a dimensão institucional, outros fatores legitimam a permanência de determinada pax.
        Voltando ao caráter normativo, Cox expõe que o neo-realismo induz os atores a adotarem e entenderem o sistema de estados através da racionalidade neo-realista (poder/segurança) como guia de ação.
    Para Cox, as ideias possuem dois significados: consistem nos significados intersubjetivos ou noções compartilhadas da natureza da relação humana e que tende a perpetuar hábitos e expectativas de comportamento (diplomacia); e as ideias são as imagens coletivas asseguradas por diferentes grupos de pessoas (justiça).

          A teoria crítica de relações internacionais representou um consistente contraponto ao positivismo das teorias dominantes nesse período, e possibilitou que abordagens teóricas diferentes pudessem ter suas aspirações, ao menos, colocadas em debate. Cabe ressaltar as dimensões teóricas colocadas em debate por Cox, especialmente ao expor que toda teoria possui um caráter normativo, tirando o rótulo de neutralidade das teorias positivas.



Bárbara Menezes de Almeida